Por 📅 Lançado em 10 de junho de 2025
🕹️ Plataforma jogada: PS5
⭐ Nota: 4 / 10
🎮 Tempo para platinar: 10 a 12 horas
Quando a promessa de um novo GTA vira um pesadelo futurista
Imagine um mundo onde a mente é conectada a uma rede neural, onde o passado e o futuro colidem, e onde um ex-soldado precisa descobrir a verdade sobre si mesmo. Agora imagine que tudo isso é entregue da forma mais burocrática, confusa e desinspirada possível. Esse é Mindseye, o primeiro jogo da Build a Rocket Boy, estúdio fundado por Leslie Benzies, ex-produtor de GTA V. A promessa era alta, mas o tombo foi proporcional.
Joguei Mindseye ao vivo em três sessões e, sinceramente, não sabia se estava buscando troféus ou tentando manter a sanidade. O jogo tem 30 troféus, uma platina tecnicamente fácil, mas cheia de obstáculos — não por dificuldade, e sim por bugs, quedas de FPS e design ultrapassado. A missão de pilotar uma libélula sem tocar nas paredes foi um dos pontos mais irritantes, tanto pelo vento artificial do cenário quanto pelos controles imprecisos. E quando um dos troféus mais difíceis é… voar em linha reta sem esbarrar, você sabe que algo deu errado no conceito.
Redrock: um palco vazio com maquiagem de Vegas
Visualmente, o jogo até tenta impressionar. A cidade de Redrock — uma versão futurista e descarada de Las Vegas — possui prédios estilizados, drones patrulhando ruas e uma paleta de cores que chama atenção. Mas tudo isso serve apenas como cenário estático. Você pode atropelar pedestres, colidir com carros, pilotar como um lunático… e nada acontece. Ninguém reage. A cidade é morta. O mundo é grande, mas não responde.
Missões de outro século e combate sem alma
Lembra das missões de seguir carro do PS2? Pois Mindseye traz de volta esse clássico da frustração — só que pior. Agora você controla um drone e precisa manter distância de um carro para não ser visto… mas pode simplesmente subir alto demais e ignorar a lógica. As missões se resumem a ir do ponto A ao B, matar inimigos com IA burra e assistir a uma cutscene. É um ciclo sem emoção, sem desafio e sem surpresa.
O combate é um festival de bugs: inimigos que disparam na direção errada, que aparecem do nada, que não reagem à sua presença ou simplesmente travam. Não há combate corpo a corpo, nem cobertura funcional, e até as granadas demoram para aparecer — e quando aparecem, são um suplício de usar.
História promissora, execução genérica
Você joga como Jacob Diaz, um soldado com amnésia causada por um implante neural. A história até tenta levantar questões filosóficas sobre IA, poder militar e identidade… mas logo se perde em clichês e reviravoltas preguiçosas. Os vilões são esquecíveis, os aliados não criam empatia e o desfecho parece um bug mal programado de tão abrupto.
Um dos poucos pontos interessantes são as missões paralelas temporais, que te transportam para eventos do passado ou futuro. Infelizmente, são mal aproveitadas: apenas tiroteios cronometrados sem impacto real. O sistema de criação de missões — claramente um teste para o projeto “Everywhere” do estúdio — está em beta e não agrega nada à experiência.
Vale a pena?
Se você quer uma platina rápida e não se importa com qualidade, Mindseye entrega isso. Mas se espera uma boa história, gameplay empolgante ou um mundo vivo, fuja enquanto é tempo. Nem a presença de grandes nomes nos bastidores salvou esse jogo de parecer um projeto perdido no tempo.
Mindseye é a prova de que uma boa ideia nas mãos erradas vira só… frustração.
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Vídeo da minha jornada platinando Mindseye abaixo: