Aproveitando ou não uma forte gripe neste último fim de semana e acabei maratonando a nova animação adaptada do jogo Devil May Cry, será que é boa mesmo?

Lançada em 3 de abril de 2025 na Netflix, é uma adaptação da famosa franquia de videogames da nossa querida Capcom. Criada por Adi Shankar e animada pelo Studio sul Coreano Mir, que já fez outras grandes animações, dentre elas A lenda de Korra.
Narrativa e estrutura dos personagens
Vamos partir do princípio sobre qual a trama a animação quer contar aqui e se você não conhece a franquia de jogos pode parecer um pouco perdido com algumas informações jogadas logo de cara.
A trama gira em torno de uma nova ameaça demoníaca liderada por uma figura misteriosa chamada Coelho Branco, trazendo elementos de conspiração, batalhas sobrenaturais e conflitos familiares na qual a animação até se preocupa em explicar, como no episódio 6 que é algo fora da curva, onde o episódio inteiro é sem falas mas explicando a origem dos conflitos que levaram até os momentos atuais de uma maneira melancólica mas bem interessante.

A série adapta a essência da franquia dos jogos, com foco em Dante, o caçador de demônios mas que tenho muitas ressalvas a respeito disso.
Enquanto a lore construída em volta das origens de Dante, trazendo personagens clássicos dos jogos como a Lady que está incrível, Vergil aparece também, alguma coisa faltou para construir o próprio Dante.
Eu assistir dublado em PT-BR e achei a dublagem do Dante fora de sintonia do personagem, foi aí que me enganei, achava que a dublagem em PT-BR estava destoando o mesmo dos demais personagens mas aí que percebi que o próprio personagem não está no mesmo, digamos “nivel” dos demais.
O Dante da animação parece ser outro personagem para quem conhece os jogos e o fato de ele tentar descobrir a suas origens não tira o peso que esse personagem sempre foi sarcástico, cheio de piadas e super controlador nas batalhas até mesmo nas insanas, eu senti falta muito desse Dante nesta animação.

Por mais que alguns momentos parecia que teríamos aquele Dante dos jogos, mas ficava apenas uma fagulha e vimos um personagem muito imaturo em suas reações e não passa uma credibilidade de ser o personagem “fodão” filho do lendário demônio Sparda.
Uma outra decepção foi o vilão, o intitulado Coelho Branco, ele não tem uma construção a altura da sua ambição, sinto que ficou bem raso e nos episódios finais ele parecia mais um vilão qualquer querendo destruir tudo, uma pena o começo dele é muito promissor e estava ansioso para saber como seria sua jornada, apesar de um visual vilanesco “foda”.

Estética visual
Aqui está o ponto da animação, o estúdio Mir fez questão de criar uma estética bem única que não me incomodou, pelo contrário eu gostei bastante do visual principalmente dos personagens, ficaram muito bem caracterizados sem perder aquela inspiração que vem dos jogos.
As cenas de ação são muito boas visualmente, o que pode parecer um pouco estranho são alguns CGi utilizados em alguns monstros que destoa do resto da animação nada que tirasse a imersão da cena em si.

Trilha sonora de qualidade
Para manter o estilo pesado e pegado das trilhas sonoras dos jogos a animação não ficou atrás nesse quesito e trouxe várias músicas de bandas do rock alternativo dos anos 2000 tendo como abertura a icônica música Rollin do Limp Bizkit entre outras famosas que tocam durante os episódios.
Trilha que mantém a imersão durante as cenas de ação e que ajudam demais para o ritmo.

Considerações finais
Devil May Cry da Netflix é uma adaptação estilosa, enraizada no espírito dos jogos, mas que busca um equilíbrio entre nostalgia e acessibilidade. Apesar de algumas falhas técnicas e personagens subaproveitados, a série oferece uma experiência divertida, cheia de ação e personalidade própria, o que pode incomodar aos fãs de carteirinha dos jogos é mais a personalidade do Dante na qual estamos acostumados a ser aquele personagem “badass” e faltou muito aqui, o vilão é promissor e esperava mais, mas no final eu recomendo para que você tenha uma experiência e tire também suas conclusões, nem tudo está ruim nessa animação, vai por mim.