Cyberpunk 2077 lidera entre os jogos third-party no Switch 2 — mídia física foi o segredo? Analista explica os verdadeiros motivos do sucesso

Cyberpunk 2077 lidera entre os jogos third-party no Switch 2 — mídia física foi o segredo? Analista explica os verdadeiros motivos do sucesso

O Nintendo Switch 2 chegou com força total no início do mês, quebrando recordes logo nos primeiros dias. Com impressionantes 3,5 milhões de unidades vendidas em apenas quatro dias, o novo console da Big N tornou-se o lançamento de hardware mais rápido da história dos videogames.

No campo dos jogos, o esperado Mario Kart World despontou como o título mais vendido do período. No entanto, foi Cyberpunk 2077, da CD Projekt RED, que surpreendeu ao conquistar o posto de jogo third-party mais bem-sucedido no lançamento do Switch 2 — inclusive liderando as vendas nos Estados Unidos.

Esse sucesso, segundo muitos jogadores e analistas, tem uma razão clara: ao contrário da maioria dos títulos de terceiros disponíveis para o console, Cyberpunk 2077 foi lançado em cartucho físico completo. Enquanto outras editoras apostaram nos chamados “cartões-chave” — que exigem o download do jogo —, a CD Projekt justificou a decisão dizendo que “era a escolha certa a se fazer”.

O verdadeiro peso do sucesso de Cyberpunk 2077

A presença do RPG nas primeiras posições de vendas foi celebrada especialmente pelos defensores da mídia física, que enxergam na decisão da CD Projekt um aceno importante ao valor da propriedade digital. No entanto, segundo o analista Daniel Ahmad, da Niko Partners, essa explicação, embora válida, não conta toda a história.

Em publicação feita na rede X (antigo Twitter), Ahmad afirmou que o desempenho de Cyberpunk 2077 vai além da preferência por cartuchos físicos. Ele destacou que ports de jogos já lançados anteriormente não costumam vender bem em novos consoles — a menos que sejam grandes sucessos, exclusivos ou tecnicamente impressionantes.

É o caso de Cyberpunk 2077, que não apenas foi o projeto mais ambicioso entre os títulos third-party no lançamento do Switch 2, como também já carrega um histórico robusto de vendas em outras plataformas. Isso contribuiu para que o jogo chamasse atenção mesmo sem a aura de ineditismo.

Ahmad também apontou um fator decisivo: Mario Kart World. Segundo o analista, o jogo alcançou uma taxa de instalação próxima a 80% entre os compradores do Switch 2. Em contrapartida, Cyberpunk 2077, apesar de liderar entre os third-party, teve uma taxa de instalação inferior a 5% — o que indica que, embora bem-sucedido nesse segmento, seu impacto geral no mercado do novo console ainda é relativamente modesto.


Cartões-chave são vilões ou apenas parte do contexto?

A polêmica em torno dos cartões-chave — códigos incluídos em embalagens físicas, mas que exigem download digital — também foi abordada por Ahmad. Para ele, essa nova forma de distribuição não pode ser vista como o principal culpado pelas vendas mais tímidas de outros jogos third-party.

Segundo o analista, os cartões-chave estão longe de ser o maior obstáculo.

“Eles talvez ocupem o quarto ou quinto lugar entre os fatores que influenciaram o desempenho abaixo do esperado desses títulos.”

-afirmou.

Ahmad usou como exemplo Street Fighter 6, que também foi lançado nesse formato e teve desempenho discreto.

Apesar disso, ele defende que os jogos físicos deveriam, sempre que possível, incluir o conteúdo completo no cartucho. Para ele, é essencial continuar a discussão sobre a preservação dos direitos digitais dos jogadores, sobretudo em tempos de mudanças nos modelos de distribuição.

Por fim, Ahmad acredita que a oferta de mídias físicas mais completas deve crescer futuramente, à medida que a Nintendo aumente a produção de cartuchos e reduza os custos de licenciamento para editoras parceiras.