No último mês, a Kojima Productions lançou Death Stranding 2: On the Beach, novo capítulo na jornada ousada do icônico criador japonês Hideo Kojima. Mesmo com o jogo recém-divulgado, o estúdio já se prepara para o que vem pela frente — e Kojima, como sempre, está à frente de projetos ambiciosos.
Próximos passos: OD, Physint e… uma câmera de cinema?
Além de Death Stranding 2, o estúdio trabalha atualmente em dois projetos paralelos: OD, uma experiência de terror cinematográfico anunciada ainda em 2023, e Physint, título que marca o retorno de Kojima ao universo da espionagem — uma provável ode aos seus dias gloriosos com Metal Gear.
Segundo o próprio criador, logo após a entrega de ambos os jogos, sua atenção pode migrar para um território que há anos o seduz: o cinema. Em entrevista recente ao site Brut (via Videogamer), Kojima afirmou que seu desejo de dirigir um filme permanece forte — e mais real do que nunca.
“Quero fazer um filme”
Kojima não esconde a empolgação, mas também reconhece os limites do tempo e da estrutura de seu estúdio:
“Dirigir um filme é algo que levaria de dois a três anos. No momento, ainda não posso deixar a Kojima Productions por tanto tempo.”
Ele completa dizendo que só após OD e Physint poderá avaliar se o cenário é propício para investir de corpo e alma no cinema.
“Assim que os dois jogos estiverem finalizados, vou analisar a situação. Se sentir que posso me dedicar a isso, adoraria fazer um filme. Ainda estarei ativo fisicamente, então a decisão será tomada no momento certo.”
Em tom reflexivo, Kojima acrescenta:
“Quantos anos terei quando terminar Physint? Talvez já esteja perto dos 70. Tenho algumas ideias. Acho que se não fizer um filme depois disso, posso estar velho demais para encarar esse desafio no futuro.”
Jogos e filmes: duas linguagens, uma mesma alma
Kojima também comentou sobre as semelhanças e diferenças entre a criação de jogos e a produção cinematográfica. Segundo ele, embora o jogo ofereça liberdade ao jogador — que escolhe o tempo e a direção do olhar —, a construção narrativa e a relação com os atores são processos parecidos.
“Em termos de criar cenários, desenvolver mundos e trabalhar com atores, o processo criativo é praticamente o mesmo nos dois formatos. A diferença é que o filme impõe uma linha do tempo, enquanto o jogo é moldado pela interação do jogador.”
-explicou.
Por ora, ainda não há detalhes sobre o tipo de filme que Kojima pretende fazer. Mas vindo de uma mente que já brincou com o meta, desconstruiu o stealth e misturou filosofia, ficção científica e crítica social em jogos, dá pra esperar qualquer coisa — menos o óbvio.