Mixtape: Uma jornada emocional, musical e caótica na última noite da adolescência

Mixtape: Uma jornada emocional, musical e caótica na última noite da adolescência

Entre tantos jogos narrativos, Mixtape aposta em algo diferente: não há heróis salvando o mundo, nem dilemas morais com múltiplos finais. Em vez disso, o jogo acompanha três adolescentes em sua última noite juntos, atravessando lembranças vívidas embaladas por música, emoção e situações inusitadas.

A trilha sonora é alma, não só pano de fundo

Desde os primeiros momentos, Mixtape deixa claro que a música não é apenas decorativa — ela conduz a experiência. Canções de bandas icônicas como Joy Division, The Cure, Roxy Music, Lush, DVO e Smashing Pumpkins moldam a atmosfera e a narrativa, criando uma fusão entre som e emoção. Em uma cidade pequena, ao som de More Than This, até os momentos mais comuns parecem ganhar uma grandiosidade quase cinematográfica — é esse sentimento que o jogo busca evocar.

O criador do jogo, Johnny Galvatron, que traz no currículo passagens pela música e pelo Hyde Park, descreve Mixtape como “uma coletânea jogável”. Um momento você está andando de patins, no outro, lançando papel higiênico em uma casa ou quebrando garrafas com estilingue. A estrutura foge da linearidade: são fragmentos de lembranças, costurados de forma livre, com inspiração direta em clássicos adolescentes como Jovens, Loucos e Rebeldes e Curtindo a Vida Adoidado.

Sem poderes, apenas adolescentes e sentimentos reais

Os protagonistas Stacy, Vance e Cassandra não têm superpoderes. O que os conecta é a passagem iminente da adolescência para a vida adulta. Stacy, com seu “instinto cósmico” para músicas perfeitas, funciona quase como a curadora da jornada. Vance prefere observar insetos a planejar o futuro, enquanto Cassandra, filha do xerife, luta contra o papel que lhe foi imposto.

A proposta do jogo é capturar a beleza dos pequenos momentos: a liberdade juvenil, os medos sutis e as escolhas impulsivas — tudo envolto por uma ambientação sonora que dá peso e alma ao ordinário. Não há reviravoltas mirabolantes, mas sim um mergulho sensível nessa noite única de transição.

Um projeto movido por paixão e som

Grande parte do esforço da equipe foi dedicada à obtenção de direitos musicais. Embora nem todos os nomes tenham sido confirmados oficialmente, artistas como Billy Corgan, Brian Eno e Bryan Ferry foram citados em entrevistas. As histórias de bastidores incluem desde ligações para músicos isolados em montanhas até intensas negociações de licenciamento — tudo para garantir que a trilha não fosse apenas boa, mas autêntica.

No quesito jogabilidade, Mixtape lembra experiências como What Remains of Edith Finch, porém com um tom bem mais leve, irreverente e até cômico. Os desenvolvedores descrevem o título como “uma mistura de tudo”, algo que combina perfeitamente com seu nome e proposta.

Lançamento previsto

Mixtape está programado para chegar em 2025, com versões confirmadas para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.