Review | The Last of Us – Temporada 2, Episódio 6 (Contém spoilers)

Review | The Last of Us – Temporada 2, Episódio 6 (Contém spoilers)

Acabei de assistir ao sexto episódio da segunda temporada de The Last of Us — e saí dele com a certeza de que foi, até agora, o mais fiel à essência do jogo. Não é exagero. O episódio foi dirigido por ninguém menos que Neil Druckmann, criador da franquia e diretor dos dois jogos. E isso faz toda a diferença. Desde os primeiros minutos, senti que estava de volta àquele universo com a mesma profundidade emocional, o mesmo cuidado nos detalhes e, principalmente, o mesmo respeito à história original.

Esse episódio me tocou de uma forma muito particular. Ele não está preocupado em agradar por ação ou reviravoltas. Ele quer contar uma história — uma história que, se você jogou Part II, já conhece, mas que mesmo assim consegue emocionar com novas camadas.

Um episódio de memórias — e o melhor até agora

O formato de flashback que escolheram para esse episódio funciona como um presente para os fãs. Reuniram os principais momentos que compõem os flashbacks do segundo jogo e os costuraram em um único episódio que, honestamente, me pareceu digno de ser chamado de o melhor da temporada.

Mesmo com mudanças — e vou falar disso já já — foi impossível não me sentir completamente imerso. A sensação que tive foi a de ver o coração de The Last of Us Part II pulsando ali, na tela, de forma honesta e sensível.

Mudanças que fazem sentido

É claro que houve diferenças em relação ao jogo. Uma delas foi a expansão do personagem Eudine. A princípio, isso poderia soar como uma distração ou uma quebra de ritmo. Mas, pensando com mais calma, vejo que ele está ali para reforçar o que a série vem construindo: uma narrativa própria, com o seu próprio ritmo e forma de aprofundar relações.

Nesse sentido, a presença de Eudine agrega ao mundo da Ellie. Ele não rouba a cena, mas contribui para dar mais textura a esse universo — um universo que, apesar de conhecido, ainda tem espaço para novidades.

O aniversário da Ellie: emoção pura

Se tem um momento que me arrebatou foi o do museu. O aniversário da Ellie é, para mim, uma das passagens mais emocionantes do jogo, e ver essa cena ganhar vida com tanta fidelidade e sensibilidade me deixou com os olhos marejados. Foi tocante, bonito, simples. Aquelas cenas em que você só consegue sorrir com o coração apertado.

O cuidado com os detalhes, a forma como tudo foi ambientado… parecia mesmo que estávamos no controle do personagem outra vez. E isso é raro numa adaptação.

Um olhar mais profundo sobre Cat

Outra grata surpresa foi a expansão da relação entre Ellie e Cat. Nos jogos, essa relação é quase apenas sugerida. Aqui, ela ganha tempo, espaço e, o mais importante, humanidade. É uma escolha que aproxima o público da Ellie em um momento mais vulnerável e mais real — algo que, como fã, eu apreciei muito.

Essas camadas que estão sendo adicionadas à personagem mostram um respeito pela complexidade emocional dela. E é impossível não se conectar.

A cena que todos esperavam

Por fim, preciso falar do momento que mais mexeu comigo. A conversa entre Joel e Ellie, que nos jogos acontece só no final, foi trazida para esse episódio. A reconciliação, os sentimentos engasgados, as palavras que nunca foram ditas… tudo veio à tona de forma direta, sincera e necessária.

Foi como um acerto de contas — não só entre eles, mas também com a gente, que estava esperando por essa confirmação desde o começo da temporada. Foi bonito. Foi doloroso. E foi real. A forma como Joel demonstra, com palavras, aquilo que nos jogos muitas vezes é só sugerido pelas ações, trouxe um conforto que eu nem sabia que precisava.

Conclusão

Esse sexto episódio não só fez justiça ao jogo — ele foi além. Foi um episódio construído com alma, com respeito e com a dose exata de emoção. Sai dele com o coração apertado, mas também com uma gratidão enorme por ver The Last of Us tratado com tanto carinho.

Sei que ainda temos caminho pela frente na temporada, mas depois de hoje, é difícil imaginar algo que supere o que esse episódio me fez sentir.