Assisti recentemente a primeira temporada de Tomb Raider: A lenda de Lara Croft da Netflix e como um bom admirador do reboot da personagem nos jogos, digo no texto abaixo o que achei dessa primeira temporada.
Produzida pela Netflix e animada pela Powerhouse Animation (conhecida por Castlevania), a série busca expandir a mitologia da personagem com um tom mais maduro e emocionalmente carregado e será que conseguiu mesmo?

A narrativa para construir a personagem
Fazendo uma pesquisa descobrir que a série se passa após os eventos do reboot da franquia de jogos (Tomb Raider de 2013, Rise of the Tomb Raider e Shadow of the Tomb Raider), funcionando como uma continuação direta é isso me espantou que assistindo a série eu tive misto de outros jogos como referência e dos clássicos mesmo, sendo que alguns episódios mesclavam uma Lara nos estilo de cada jogo e sabendo que é uma continuação direta principalmente após o Shadow of the Tomb Raider eu sinto que a Lara não aprendeu nada com o último jogo e ainda é uma personalidade que já foi retratada dentro do último jogo do reboot, talvez atrair novos fãs, pessoas para conhecer como está essa nova Lara Croft?

Lara e seus pesadelos do passado e presente
Lara é retratada como uma heroína multifacetada, lutando com os traumas do passado enquanto tenta se firmar como exploradora e arqueóloga. A morte de Conrad Roth, seu mentor e figura paterna, é um elemento-chave da trama, adicionando um peso emocional significativo à sua jornada que ao mesmo tempo se torna uma obsessão cega por vingança e trazendo a torna uma Lara totalmente diferente de uma heroína é capaz de tudo mesmo para buscar seus objetivos pessoais.
Além disso, o conflito com Camilla Roth, filha de Conrad e sua amiga de infância, adiciona uma camada extra de complexidade e afinidade que as duas tinham. Camilla representa um passado que Lara tenta ignorar, e sua presença a força a confrontar não apenas sua culpa, mas também suas consequências durante sua jornada.

Temos também o grande amigo Jonah, esse que é o pilar central da sanidade de Lara, pois é ele que conduz como a personagem se comporta durante os episódios, sendo fundamental para o caminho que a heroína tenta trilhar em busca da sua própria redenção.
Direção de arte de qualidade
A Powerhouse Animation fez um trabalho sólido na estética da série. A animação mistura fluidez nos movimentos e um estilo visual bacana e misturando com alguns elementos 3D, que lembram os jogos modernos da franquia.
Apesar de ainda achar a estética de Castlevania mais bonita em comparada com a série de Tomb Raider, mas entendo que são conceitos diferentes para poder abordar o tema, não tira o brilho da animação de Lara Croft.

Os cenários são detalhados e passam a sensação de exploração e mistério característico da franquia. Ruínas antigas, selvas densas e templos esquecidos são bem representados, garantindo que a série mantenha a identidade visual dos jogos.
O design da personagem também reflete a evolução de Lara ao longo dos anos, tendo uns easter eggs da Lara clássica mas o foco sendo na Lara do reboot com trajes funcionais e um físico realista, condizente com sua rotina de sobrevivência e combate e afastando da sua hipersexualização dos jogos clássicos, fãs do clássico podem não gostar.

Ritmo dos episódios
Aqui é onde eu me incomodo bastante, pois a série tenta criar um ritmo dessa jornada de autoconhecimento da Lara mas ao mesmo tempo eu sinto que estou desconectado da trama principal seja pela construção dessa jornada ou até mesmo pelo vilão pouco chamativo e sem graça.
Algumas cenas dedicadas aos dilemas internos de Lara desaceleram a trama, o que frustra bastante quando eu simplesmente queria saber o que vem depois como vai finalizar toda essa história.

Dublagem é trilha sonora
Como um defensor da nossa dublagem, assisti todos os episódios dublados e gostei muito da mesma, ponto muito positivo e a trilha sonora é muito boa e durante os momentos de aventura me deixou mais imerso e com vontade até de jogar os reboots novamente.
Considerações finais
Tomb Raider: A lenda de Lara Croft é sim uma boa animação que pode trazer algumas controvérsias a respeito do ritmo e construção da personagem, mas com uma boa aventura a série é divertida de ver, o que incomoda é que o telespectador tem que ter uma certo conhecimento sobre a Lara Croft para não ficar perdido sobre a mesma, se você não conhece os jogos ou nem viu os filmes, fica até difícil acompanhar o que já está acontecendo, mas se tem um mínimo de conhecimento da personagem consegue aproveitar essa jornada que parece ser repetida dos jogos para quem já conhece mas é deveras interessante e torço pela segunda temporada onde consigam trazer mais o lado aventura e exploração da Lara e menos foco em seus passados que já deu o bastante. No mais recomendo aos consagrados dar uma chance e tirar também suas conclusões.