Imposto de 3,5% encarece jogos digitais e reacende debate sobre transações internacionais
A tarde da última segunda-feira (29) foi marcada por surpresas para consumidores brasileiros que tentaram adquirir Ghost of Yotei na PlayStation Store. Apesar do preço anunciado de R$ 399,90, muitos usuários relataram que o valor final no cartão de crédito chegou a R$ 413,90. A diferença se deve à aplicação automática do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 3,5%, que incide sobre transações internacionais com cartão de crédito.
Por que o IOF é aplicado na PS Store
Mesmo com valores exibidos em reais e a possibilidade de pagar com cartões nacionais, a PS Store é considerada uma loja estrangeira, já que a Sony não possui representação fiscal no Brasil. Na prática, cada compra digital feita na loja é tratada pelo sistema bancário como uma operação internacional, sujeita ao imposto.
Historicamente, a taxa de IOF para compras digitais era 0,38%, mas o Decreto nº 12.466, de 22 de maio de 2025, elevou a alíquota para 3,5% em operações cambiais a partir de junho, impactando diretamente o preço final de jogos na PSN.
Comparativo com concorrentes
A situação contrasta com a abordagem adotada por Microsoft e Nintendo, que já nacionalizaram suas lojas digitais. Nessas plataformas, as transações são processadas no Brasil, o que elimina a cobrança de IOF e garante que os preços reflitam o mercado local, evitando surpresas desagradáveis na hora da compra.
Para minimizar o impacto do IOF, consumidores podem recorrer a algumas estratégias:
- Gift cards da PSN: comprando cartões pré-pagos no valor exato do jogo, a transação é feita com saldo interno, sem incidência de IOF.
- Mídia física: em alguns casos, o preço do disco pode ser mais vantajoso, especialmente em promoções e sites que oferecem cupons especiais.
O aumento do IOF reacendeu discussões nas redes sociais sobre o preço de jogos digitais no Brasil. Muitos usuários expressaram surpresa e frustração, especialmente considerando que o imposto aplicado anteriormente era bem menor. A situação evidencia o impacto direto da política tributária nas compras internacionais e reforça a diferença de tratamento entre lojas digitalmente nacionalizadas e estrangeiras.