Unreal Engine 5: Epic responsabiliza estúdios por problemas de desempenho

Unreal Engine 5: Epic responsabiliza estúdios por problemas de desempenho

Tim Sweeney afirma que falhas não estão na engine, mas na falta de otimização antecipada durante o desenvolvimento dos jogos.


Apesar de ser uma das engines mais avançadas do mercado, a Unreal Engine 5 tem enfrentado críticas recorrentes relacionadas a problemas de desempenho. Jogos lançados com a tecnologia frequentemente sofrem com quedas de frame rate e baixa estabilidade, gerando questionamentos sobre a eficiência do motor gráfico da Epic Games. No entanto, para a empresa, os principais responsáveis não seriam os recursos da engine, mas os estúdios de desenvolvimento.

“Erro está na ordem do desenvolvimento”, diz Tim Sweeney

Segundo Tim Sweeney, CEO da Epic Games, os gargalos de desempenho surgem porque muitos estúdios optam por priorizar hardware de ponta durante a produção, deixando a otimização em sistemas mais modestos para as fases finais do projeto. Para ele, esse processo deveria ser invertido:

“A principal causa [dos problemas] é a ordem do desenvolvimento. Muitos estúdios focam primeiro em hardware de ponta, deixando a otimização e os testes em máquinas de baixo desempenho para o final. Idealmente, a otimização deveria começar cedo — antes da construção completa do conteúdo.”

Epic anuncia novas iniciativas

Para auxiliar os estúdios, a Epic Games revelou duas medidas estratégicas:

  • Ferramentas de otimização automatizada: recursos integrados à engine que prometem facilitar ajustes de desempenho já nas etapas iniciais do desenvolvimento.
  • Programas de educação para desenvolvedores: treinamentos que reforçam a importância da otimização antecipada e de uma abordagem mais equilibrada entre qualidade visual e estabilidade.

Sweeney ressaltou ainda que o aprendizado obtido com o suporte contínuo a Fortnite está sendo incorporado à engine, garantindo que jogos futuros possam rodar melhor em PCs de baixo desempenho e em consoles.



Jogos recentes expõem o problema

Diversos títulos lançados com a Unreal Engine 5 sofreram críticas severas nesse aspecto. O caso mais recente é Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, que apresenta quedas de frame rate e resolução dinâmica que pode chegar a 756p em determinadas situações, evidenciando as dificuldades de otimização.

Em paralelo às críticas, a Epic apresentou a Unreal Engine 5.6, versão mais recente do motor gráfico, que promete entregar até 35% mais desempenho e trazer avanços significativos em iluminação realista. A expectativa é que as novas ferramentas ajudem a reduzir os problemas recorrentes, desde que os estúdios adotem práticas de otimização mais consistentes.

Com a crescente complexidade dos jogos modernos, a relação entre engine e estúdios se mostra fundamental para equilibrar ambição técnica e estabilidade. A Epic defende que apenas a evolução tecnológica da engine não será suficiente; será preciso uma mudança de cultura no processo de desenvolvimento, colocando a otimização como prioridade desde os primeiros estágios.

Fonte: ClawSomeGamer