Por Com 75hs e tendo atingido o Ranque de Caçador 100, venho aqui trazer para vocês a minha análise de Monster Hunter Wilds desde a sua campanha e o seu famoso pós game onde o jogo sempre começa de verdade, será que continua sendo o meu jogo do ano?
Sendo um sucessor quase que direto de Monster Hunter World de 2018, Monster Hunter Wilds vem com o peso do sucesso de seu antecessor e a Capcom precisa manter esse mesmo sucesso com o novo título, lembrando que Monster Hunter World é o jogo mais vendido da Capcom na sua própria tentativa de trazer a série para todo mundo e com Wilds não foi diferente e mantendo o mesmo sistema de atrair novos jogadores e claro manter o veteranos de longa data no mesmo a Capcom teve um trabalho de marketing impecável com Monster Hunter Wilds mas será que tudo foi flores?
Lançado neste último dia 28 de Fevereiro para todas as plataformas e agora com crossplay entre elas, Monster Hunter Wilds se tornou uma dos grandes títulos esperado esse ano e saiu com uma nota muito boa no Metacritcs e batendo recordes de vendas e jogadores simultâneos na plataforma da Steam, mostrando que a força do jogo agora para todos, uma série que sempre foi muito ninchada para o público do Japão e tem já os seus 21 anos de existência.
Um novo jogo e mais ambicioso
Monster Hunter Wilds representa uma evolução significativa da franquia, trazendo um mundo aberto mais imersivo, um sistema climático dinâmico e melhorias na jogabilidade que buscam tanto a acessibilidade quanto a complexidade tática.
Diferente dos títulos anteriores, onde os mapas eram compostos por áreas interconectadas com telas de carregamento, Monster Hunter Wilds mantém o novo estilo de mapas interconectados como foi em Monster Hunter World e Rise, mas agora eles são devidamentes conectados, você pode vagar pelos mapas entre si, não temos uma vila onde ficávamos para pegar as missões e depois éramos teletransportados para o mapa da caçada, agora temos vários acampamentos nos diversos biomas e quando você aceita a missão você já pode partir exatamente dali para a sua caçada seja solo ou com seus amigos.
Isso permite uma imersão muito maior, onde o jogador pode se movimentar livremente sem interrupções e pode ficar caçando os monstros o quanto quiser e explorar seu mapa atrás de materiais nativos de cada bioma.
Os biomas são extremamente detalhados e reagem ao comportamento do jogador e ao clima. Tempestades de areia, chuvas torrenciais e mudanças sazonais afetam a fauna e a jogabilidade, exigindo que os caçadores adaptem suas estratégias, isso principalmente é fator que determina tanto na caçada quanto na coleta de materiais e pescarias, você precisa está atento a mudanças de climas e tempo para saber qual monstro estará disponível naquele bioma e afins.
Uma das novidades mais impactantes é o Seikret, uma montaria que permite transitar rapidamente pelo mundo e até realizar ataques em movimento. Diferente de outras montarias na franquia, essa criatura oferece um controle ativo, permitindo que o jogador lute sem precisar desmontar. Isso muda drasticamente a dinâmica de caçadas e deslocamento, tornando o jogo mais fluido e até mais fácil para se locomover ao alvo da missão, pois o Seikret tem comando automático que leva o seu caçador até o monstro específico no mapa, bom para não se perder nos mapas que estão bem amplos e com muitos caminhos principalmente na verticalidade do mesmos, eu agradeço muito por isso, pois sempre fico perdido em mapas e até hoje com mais de 800hs somadas no Monster Hunter World eu me perco na Floresta Ancestral do mesmo.
Jogabilidade e combate de sucesso
O grande diferencial de Monster Hunter consiste em seu arsenal de armas para se jogar de infinitas maneiras.
O jogo mantém as 14 classes de armas da série, mas adiciona mecânicas que refinam a experiência e até os veteranos vão ter que se acostumar com os novos combos e isso é incrível no jogo, mesmo que você vá na arena de treinamento do jogo, só mesmo nas caçadas que você conseguirá masterizar e aprender realmente como aquela arma funciona e isso pode levar um tempo para os novatos que estão chegando e esse for realmente o seu primeiro Monster Hunter.
O combate continua desafiador e estratégico, mas agora com a adição de um sistema de foco, que permite atingir partes específicas dos monstros com mais precisão, sendo que gera uma gama maior de recompensas por acertar essas feridas como é chamado no jogo e ajuda também a manter o monstro mais controlado durante momentos das caçadas que exige maior atenção quando o monstro está em fúria.
O jogador deve ter em mente que enfrentar várias vezes o mesmo monstro é do cerne da série, pois só assim você consegue os itens necessários para criar suas armas e armaduras, certas condições ainda se faz necessárias para obter certos itens, como quebrar o chifre ou até mesmo cortar uma cauda e assim obter materiais desses pontos específicos.
A exploração dos biomas e suas coletas de itens ficou facilitadas com o uso do gancho que o caçador usa, com ele você pode mirar em qualquer coisa e fazer a coleta sem precisar está diretamente no local e fazer a ação de coleta, isso deu uma agilizada nas caçadas e adianta um tempo durante as missões, achei essa mecânica muito útil por sinal.
Como os mapas são interconectados e você pode iniciar uma missão simplesmente achando o monstro no mapa e acertando alguns golpes nele e dando o início a missão, o sistema de refeição ficou diferente, antes você tinha uma cozinha com os gatos que você sentava no balcão e pedia a sua refeição para ter certos benefícios na caçadas, como mais barra de vida e stamina entre outras coisas, agora você tem a sua grelha portátil que já era da série mas agora é mais dinâmica pois o sistema de refeição é por tempo e dependendo da refeição ela pode durar 20, 30 e até 60 minutos, onde você pode fazer várias caçadas usando dos benefícios da mesma, muito bacana mas eu sinto falta da animação dos gatinhos.
A customização de equipamentos continua um pilar essencial, permitindo que os jogadores criem builds variadas. No entanto, há uma maior ênfase em tornar as mecânicas mais acessíveis, removendo algumas camadas de complexidade e agilizando o processo para obter os itens como o sistema de lista de desejos, você pode sair marcando tudo de uma vez e durante a caçada o jogo vai avisando que o item em questão foi adquirido que estava na sua lista de desejo, bem eficaz isso.
Os monstros agora interagem mais com o ambiente e entre si. Em vez de simplesmente patrulharem áreas predefinidas, eles possuem padrões de comportamento mais dinâmicos, podendo migrar, caçar outras criaturas ou até se adaptar ao clima e à hora do dia.
Esse nível de imprevisibilidade adiciona profundidade às batalhas, forçando os jogadores a se adaptarem constantemente às novas situações.
Com os mapas mais densos e grandes temos o sistema de criar tendas provisórias em determinados pontos do mesmo, ajudando a facilitar a ida do caçador até o ponto que o monstro está, mas tome cuidado, certos pontos são considerados perigosos e os monstros podem simplesmente destruir a sua tenda e você terá que refazer elas gastando pontos de caçador.
Comprar itens, pedir por coleta de materiais, fazer trocas, combinar para criar certos itens, tudo isso se mantém no jogo, até o sistema de predefinição de itens para cada tipo de caçada está presente para o jogador sempre se organizar e se preparar para a próxima caçada.
O sistema de missões ainda se faz presente através da sua assistente, mesmo que seja possível começar uma missão automaticamente no mapa encontrando um monstro, com a sua assistente você tem o menu clássico com missões de diversos tipos e até buscar por missões on-line para ajudar outros caçadores.
Outra novidade é que sua assistente te acompanha na missão sendo assim você pode pegar outra missão ali mesmo quando finaliza uma e já iniciar outra, tudo depende de como está preparado para a mesma.
Temos uma narrativa mais densa
Diferente dos jogos anteriores, onde a história servia apenas como pano de fundo para as caçadas, Monster Hunter Wilds traz uma narrativa mais forte e personagens mais desenvolvidos.
E aqui o jogo me pegou bastante pois tive mais empatia com os NPCs e eles sim importavam demais para o andamento da história e toda a trama em volta do menino Nata que fugiu da sua vila durante um ataque de um dos monstros do jogo e você como uma caçador da guilda e junto com seus amigos tem a missão de levar Nata de volta a sua região e sim passar por diversas caçadas entre os biomas até a sua jornada final nas terras proibidas.
Ainda que a história de Monster Hunter Wilds não seja digna de uma complexa narrativa, ela dentre os jogos das série é que tem mais profundidade e mais importância para com a jornada do seu personagem e deixa bem mais claro o porquê da guilda existir e seus caçadores.
E como todo Monster Hunter, a campanha narrativa é um grande tutorial para a introdução das mecânicas, jogabilidade e monstros do jogo, sendo considerado bem fácil para finalizar a mesma, eu levei 20hs pois fiquei farmando algumas armaduras e armas mas com 15hs já é possível finalizar a campanha e assim alcançar o ranque elevado de caçador e como sempre dizem, é aqui que o verdadeiro Monster Hunter começa.
A campanha principal deve agradar bastante os novos jogadores e assim trazer uma fácil acesso ao jogo mas pode incomodar os veteranos de longa data por ser muito fácil, de longe uma das campanhas mais tranquilas de se fazer e Monster Hunter não existe seleção de dificuldade.
Agora para os novatos o pós game pode criar uma barreira e ser intimidador logo de cara, aqui o jogo eleva seu nível de dificuldade e alguns monstros requerem uma caçada com mais atenção e com equipamentos melhores, pois um deslize pode ser fatal e levar a falha na missão.
Para os veteranos acredito que pós game do jogo seja um passeio no parque, pois a escalonada da dificuldade para quem já está acostumado não é tão brusca, sendo que a Capcom tem seu calendário de updates com novos monstros e acreditando que os mesmo venham com novas dificuldades e não pode ultrapassar tanto a barreira pois todo jogo de Monster Hunter tem sua expansão e assim o novo ranque de caçador o ranque mestre onde os monstros são ainda mais difíceis, mas isso não é a questão aqui se tratando do jogo base.
Visual do jogo e aspectos técnicos
O jogo é um dos mais belos da franquia, com um nível de detalhe impressionante nos ambientes e nos monstros, mas no princípio parece que o jogo está com uma pintura mais lavada e parece que estamos com o brilho no talo, ajustando algumas configurações de tela é possível chegar em um tom que deixa o jogo muito bonito e mais detalhado visualmente, os biomas tem suas próprias variações de lugares com excelente trabalho de iluminação e quando os mesmo estão em estado de “fartura” é os mapas brilham de um jeito de encantar os olhos dos jogadores, ponto positivo para os dois primeiros mapas do jogo.
A transição suave entre vilarejo e mundo aberto sem telas de carregamento contribui para a fluidez da experiência, tornando a exploração mais orgânica.
O design dos NPCs em cada vilarejo são bem detalhados e com expressões bem mais fluidas, durante as cinemáticas o jogo evolui ainda mais e causa uma certa estranheza quando transita para o In-game e notória a diferença da qualidade entre as duas, nada que tira a imersão mas acho que a Capcom poderia deixar tudo em In-game que ficaria bacana também.
O motor gráfico do jogo é a RE Engine que já tinha sido posta a prova em Dragons Dogma 2 e aqui em Monster Hunter Wilds se notou que a mesma tem problemas de desempenho quando o assunto é mundo aberto, eu joguei a versão de PS5 base, joguei no modo qualidade mesmo a 30fps e o jogo está bonito, mas muitas texturas em alguns momentos não renderiza na hora chegando a ser notória durante algumas cenas e isso pode incomodar um pouco a galera mais focada em gráficos.
Segundo alguns relatos no PC o jogo sofreu ainda mais e a Capcom teve que correr para soltar patchs de correção, eu testei ainda o modo desempenho e equilíbrio e não recomendo pois o jogo fica muito feio, as texturas ficam chapadas e parece um jogo de outra geração o que é uma pena, esse foi o ponto mais negativo que peguei do jogo em qualidade técnica.
Trilha sonora marcante
O que podemos elogiar bastante na série de Monster Hunter é sua trilha sonora marcante que traz arranjos que fazem as caçadas ser ainda mais épicas, cada monstro tem a sua trilha e os monstros clássicos que estão no jogo tiveram suas trilhas com novos arranjos e ficaram lindas.
Os sons dos monstros e do ambiente contribuem para a sensação de um mundo vivo e ameaçador.
Todo clima pode ser sentido em cada bioma através de um design de som impecável que a Capcom trabalha com muito carinho para deixar ainda mais climático cada caçada.
Considerações finais
Monster Hunter Wilds manter a essência de qualidade da série que se estabeleceu com Monster Hunter World, mas alguns pontos precisam ser pontuados aqui.
Positivo
Mundo aberto contínuo e imersivo.
Clima dinâmico e interação entre monstros Sistema de montaria que melhora a mobilidade.
História mais envolvente.
Visual impressionante.
Negativos
Algumas mecânicas foram simplificadas para acessibilidade, o que pode desagradar veteranos.
Alguns fãs podem sentir falta do desafio clássico da série.
No mais eu recomendo muito Monster Hunter Wilds para os novos jogadores, experimentar esse incrível mundo de caçadas e quem sabe entender a paixão que move os jogadores veteranos que jogam não apenas por algumas horas mas por centenas, tendo jogadores que alcançam as 1000hs tranquilamente, sabendo como a Capcom trabalha com a série pode esperar muitos updates de monstros e missões de eventos com muitos prêmios e jogar por muito tempo até a chegada da expansão em um futuro próximo.
Para os veteranos eu nem preciso dizer se recomendo, os números de vendas e a comunidade do jogo já deram a resposta, sucesso demais.