Review | The Last of Us – Temporada 2, Episódio 5 (Contém spoilers)

Review | The Last of Us – Temporada 2, Episódio 5 (Contém spoilers)

O episódio já começa com uma cena que, pra mim, diz muito mais do que parece: a comunicação via rádio. A tensão do momento é palpável, mas o que realmente me pegou foi a forma como a Dina se destacou. Sinceramente? Ela é, até agora, a melhor adição que a série fez em relação ao jogo.

Na série, a Dina tem uma presença muito mais forte e completa. Ela é destemida, mas não imprudente. É corajosa, mas sempre estrategista. E acima de tudo, extremamente inteligente e cautelosa. A forma como ela lida com o rádio, a calma com que pensa nos próximos passos… tudo isso mostra o quanto ela é uma personagem que cresceu muito na adaptação. No jogo ela já era importante, mas aqui, a série conseguiu fazer dela uma peça-chave com brilho próprio.

A Emboscada e Jesse em Cena

Logo depois da tensão do rádio, entramos em uma sequência intensa de fuga da WLF. Ellie e Dina acabam encurraladas em um local escuro, apertado e infestado de espreitadores. A atmosfera é sufocante, e a sensação de estar sem saída é real. É nesse cenário caótico que Jesse aparece — e, olha, que entrada!

Mesmo sendo diferente do momento em que ele surge no jogo, a forma como a série o introduz foi impactante. Jesse chega como alguém que tem experiência, força e domínio da situação. Ele não fala muito, mas cada atitude dele mostra o quanto ele é uma presença firme. Ajudar Ellie e Dina em meio a quase uma dúzia de espreitadores não é pouca coisa, e ele faz isso com naturalidade. É como se ele estivesse preparado pra esse mundo desde sempre.

E nesse mesmo momento, finalmente temos uma menção ao Tommy. Depois de ser praticamente esquecido nos episódios anteriores, ficamos sabendo que ele também está em jornada, agindo por conta própria. Mesmo que não pareça pessoal, eu acredito que em breve esse lado mais emocional e vingativo do Tommy vai vir à tona — e quando vier, vai ser forte.

A Floresta dos Serafitas

Saindo do caos, entramos na floresta. Esse segmento tem uma energia muito específica — quase silenciosa, mas cheia de tensão no ar. Os Serafitas sempre foram um dos grupos mais misteriosos e perigosos do universo de The Last of Us, e a série conseguiu traduzir isso bem.

A floresta funciona como um respiro, mas não no sentido de calmaria — é mais um momento de transição, de imersão. A câmera passeando pelos galhos, a forma como os sons naturais se misturam com o medo de um ataque a qualquer momento… tudo isso reforça aquele sentimento de que, às vezes, o ser humano é mais assustador que os próprios infectados.

O Hospital e o Nascimento de Ellie

E então vem a parte mais pesada: o hospital. Essa sequência, que ocupa os últimos 20 minutos do episódio, é — sem dúvida — o ponto mais marcante até agora na temporada. Mas mais do que pelo ambiente sombrio ou pelas cenas tensas, foi pelo que ela representou emocionalmente.

Foi ali que eu finalmente senti que a Ellie do jogo começou a nascer na série.

Não tô falando do visual, nem de uma frase específica. Falo do olhar vazio, da raiva contida, da dor silenciosa. Até aqui, a Ellie vinha me incomodando um pouco com aquele tom mais leve, quase descontraído demais. Quem jogou sabe: ela tá carregando um trauma absurdo. Mas nesse episódio, isso finalmente começou a aparecer de verdade.

Durante o hospital, dá pra ver a Ellie travando internamente. Ela não está mais só fugindo — ela está sendo moldada por tudo que viveu até aqui. A personagem que amamos começa a surgir, não pelas palavras, mas pelas entrelinhas. E isso me emocionou de verdade.

As Mudanças e o Flashback

Como toda adaptação, o episódio traz mudanças em relação ao jogo — como o momento em que Jesse encontra a Ellie e a Dina, que na série acontece de forma diferente. Mas, sinceramente? São alterações tão bem feitas que não atrapalham o fluxo da narrativa. Elas não adicionam muito, é verdade, mas também não desrespeitam nada do que já conhecemos. Funcionam como adaptações necessárias pro formato da série.

E no final, quase como uma cena pós-crédito, temos o início de um flashback que promete ser o coração do próximo episódio. Foi um gancho sutil, mas eficiente, e me deixou bem curioso sobre o que vem por aí.

Considerações Finais

No fim das contas, o quinto episódio entrega o que eu mais esperava: a transformação da Ellie. Ele não é explosivo, nem cheio de revelações, mas é emocionalmente denso. Ele respeita o jogo, caminha com calma, acerta nos personagens e planta sementes importantes.

Agora sim, sinto que a segunda temporada começou de verdade. E mais: sinto que a Ellie Williams que a gente tanto admira tá voltando — não na aparência, mas na essência.