Por Após sete anos de uma espera ansiosa desde a campanha de Kickstarter do Hollow Knight original, onde Silksong foi prometido como uma expansão centrada na personagem secundária Hornet, o jogo evoluiu para uma sequência independente desenvolvida pela Team Cherry. Lançado em 4 de setembro de 2025, Silksong cumpre as expectativas elevadas, entregando uma experiência metroidvania rica, desafiadora e imersiva.
Com mais de 80 horas de jogatina para completar 100% do conteúdo, o título se destaca como um dos mais brilhantes do gênero nos últimos anos, combinando exploração profunda, combates intensos e um mundo envolvente. A espera valeu a pena, pois Silksong não apenas expande o universo de Hollow Knight, mas também inova em mecânicas e narrativa, elevando o padrão para metroidvanias com uma personalidade única e momentos memoráveis.
História
A trama começa com Hornet sendo transportada como prisioneira em uma carruagem para uma nova região corrompida pelas teias da Mãe Tecelã. Após escapar, ela se encontra enfraquecida, sem suas habilidades principais, e embarca em uma jornada para desvendar os mistérios desse mundo hostil. A narrativa aborda temas como corrupção, solidão e comunidade, com a área inicial apresentando NPCs que enfrentam dificuldades financeiras e isolamento em um ambiente repleto de armadilhas e perigos.
Conforme progredimos, ajudamos acampamentos de insetos por meio de murais de missões, coletando suprimentos ou caçando monstros locais. Essa mecânica de quests integra-se perfeitamente ao mundo, incentivando a exploração e a descoberta de novas áreas, enquanto cria uma conexão emocional com os habitantes. O enredo se aprofunda com elementos de lore que revelam segredos sobre a corrupção das teias, culminando em múltiplos finais, incluindo um “verdadeiro” que depende de quests secundárias, como resgatar pulgas perdidas, adicionando replayability e impacto narrativo.
Mecânicas e Gameplay
Silksong mantém a essência metroidvania: um mapa vasto e interconectado que se expande com o desbloqueio de habilidades, como pulo duplo ou agarre em paredes, permitindo acesso a áreas antes inalcançáveis. A progressão envolve derrotar chefes para liberar novas regiões, com foco constante na exploração.
Mecânicas herdadas do jogo anterior incluem a recuperação de “Rosários” — a moeda principal — após a morte, semelhante ao sistema de souls em jogos souls-like, e o “pogo”, técnica de pular e atacar para baixo para quicar em inimigos ou evitar perigos como espinhos. Essa mecânica pode ser desafiadora para novatos, mas oferece uma curva de aprendizado justa, alinhada à elevada dificuldade do jogo, que atrai jogadores que buscam desafios autênticos.
A evolução mais notável está no sistema de builds, que expande os broches passivos do original com ferramentas e armadilhas, como tachinhas, adagas, seringas para vida extra e mini-insetos robóticos que auxiliam em combates. Brasões introduzem estilos de luta variados, como ataques pesados e lentos ou rápidos com menos dano, incentivando experimentação para builds personalizadas. Isso remete a clássicos como Castlevania: Symphony of the Night, embora com opções mais focadas.
O movimento é ágil e satisfatório, tornando os duelos com bosses, como o Savage Beastfly e a Sister Splinter, exhilarantes, exigindo timing preciso e adaptação. Contudo, a dificuldade inicial pode ser intimidadora, com um design que não guia o jogador, exigindo aprendizado por tentativa e erro. O resultado é uma experiência gratificante, cheia de segredos e desafios que elevam o mapa a um nível superior.
Trilha Sonora e Direção de Áudio
O design de áudio é imersivo e funcional, servindo como alerta para novas áreas, inimigos com sons distintos ou NPCs memoráveis. O canto único de Shakra, que vende mapas, e os ruídos do peregrino Sherma, que auxilia acampamentos em sua jornada espiritual, adicionam personalidade ao mundo. As pulgas resgatáveis possuem sons marcantes, reforçando a importância de sua quest secundária para o final verdadeiro.
A trilha sonora, composta por Christopher Larkin, é magistral, com composições melancólicas e épicas que se conectam emocionalmente a cada região e evento. As faixas evoluem com a progressão, criando lembranças duradouras e elevando a atmosfera, complementando a crueldade charmosa do jogo e tornando a exploração ainda mais envolvente.
Desempenho e Balanceamento
Na versão de PC via Steam, o jogo apresentou desempenho estável, sem bugs ou problemas técnicos durante a campanha completa. Relatos iniciais mencionaram issues como bosses desaparecendo ou falhas em colisões de dano, além de críticas sobre a dificuldade agressiva do início, mesmo com a opção de curar três máscaras de vida. Felizmente, o primeiro patch corrigiu esses problemas, ajustando o balanceamento para tornar o capítulo inicial mais acessível, sem comprometer o desafio geral.
O jogo agora está polido, com uma tunagem bela e nuanceada, promovendo uma sensação de conquista ao superar obstáculos mecânicos complexos e inovadores, embora ainda exija dedicação em momentos mais intensos.
Conclusão
Hollow Knight: Silksong é uma obra-prima do gênero metroidvania, combinando exploração profunda, combates desafiadores e uma narrativa envolvente que expande o universo do jogo original com maestria. A Team Cherry entrega um título que justifica a longa espera, oferecendo um mundo rico em detalhes, mecânicas refinadas e uma trilha sonora memorável.
Apesar de uma curva de aprendizado íngreme que pode afastar jogadores menos pacientes, a recompensa é uma experiência gratificante e repleta de descobertas. Silksong não apenas honra o legado de Hollow Knight, mas estabelece um novo padrão para o gênero, sendo um marco para fãs de metroidvanias e jogos desafiadores.