Lost Soul Aside finalmente chegou aos consoles e PCs após mais de uma década de desenvolvimento, prometendo uma experiência de ação RPG estilosa inspirada em clássicos como Devil May Cry e Final Fantasy XV. Desenvolvido pela Ultizero Games e publicado pela PlayStation, o jogo é exclusivo para PS5 e PC, com suporte otimizado para o PS5 Pro. Eu tive a oportunidade de mergulhar nessa odisseia épica no PS5 Pro, controlando o protagonista Kaser em sua missão para salvar sua irmã Louisa e a humanidade de invasores dimensionais chamados Voidrax. Com cerca de 16 horas de duração, o título mistura combates dinâmicos, exploração linear e elementos de RPG.
Introdução e História: Clichês em um Mundo Genérico
A trama de Lost Soul Aside é direta, mas infelizmente previsível e genérica. Você joga como Kaser, um herói com cabelo esvoaçante e um companheiro dragão falante, em um mundo sci-fi/fantasy onde uma energia alienígena alimenta um império opressor. A premissa envolve visões proféticas, invasões interdimensionais e a busca pela alma roubada de sua irmã. Soa familiar? É, porque o jogo parece uma cópia barata de *Final Fantasy XV* (ou o antigo *Versus XIII*), com diálogos cheios de nomes próprios capitalizados sem explicação e personagens unidimensionais – incluindo tropes como a mulher misteriosa de centenas de anos que parece uma adolescente.
No PS5 Pro, as cutscenes pré-renderizadas em 4K/60fps são visualmente impressionantes à primeira vista, mas sofrem com animações e dublagens um pouco estranha, o que torna as cenas emocionais mais cômicas do que impactantes. A história não evolui os personagens de forma significativa, e você passa mais tempo caminhando e conversando do que realmente se importando com o enredo. É uma narrativa que serve mais como desculpa para os combates do que algo memorável.
Jogabilidade: O Ponto Alto, Mas com Ressalvas
Aqui é onde Lost Soul Aside brilha mais e justifica sua inspiração em hack-and-slash como Bayonetta e Devil May Cry. O combate é rápido, fluido e recompensador, com um sistema de armas etéreas que você invoca para combos aéreos, ataques terrestres e defesas precisas. No início, o jogo é lento, forçando você a progredir por caminhos lineares com puzzles simples e platforming frustrante (pense em saltos que lembram os piores momentos de Super Mario Sunshine). Mas conforme você desbloqueia mais habilidades, skill trees e loot (com boosts sutis em stats), o loop de gameplay se torna viciante.
Cada estágio segue um padrão clássico de ação RPG: enfrente grunhidos, elites, misturas e, por fim, um boss épico. Os inimigos repetitivos (muitos reutilizados) não cansam tanto graças à variedade de builds – eu experimentei combos com espadas, lanças e magias dimensionais, sempre desafiando a mim mesmo para otimizar. Não há configurações de dificuldade, o que torna o jogo exigente como Stellar Blade, mas acessível para quem pratica as defesas (dodge, parry e contra-ataques). Há crafting básico e exploração em ambientes como ruínas antigas e paisagens nevadas, mas tudo parece placeholder, com paredes invisíveis limitando a liberdade.
No PS5 Pro, o jogo roda em dynamic 4K com ray-tracing aprimorado em reflexos, sombras e iluminação global, mantendo 60 FPS estáveis na maioria do tempo. É uma melhoria notável sobre o PS5 base, com frame rates mais consistentes e visuais mais realistas. No entanto, ainda há hitches durante a travessia e stuttering em cutscenes, mesmo com o patch do dia um. Não é perfeito, mas roda suave o suficiente para não quebrar a imersão nos combates.
Gráficos, Som e Desempenho: Estilo Sobre Sustância
Visualmente, Lost Soul Aside tem um estilo anime estilizado que chama atenção, especialmente nos efeitos de partículas e animações de combate. No PS5 Pro, as melhorias de hardware fazem o mundo parecer mais vivo, com texturas detalhadas e iluminação dinâmica. Porém, os modelos de personagens são sem emoção, como “bonecos de cera”, e os ambientes vazios não reagem bem ao jogador – é como um jogo de PS4 upscaleado para next-gen.
O som é mediano: a trilha sonora orquestral é épica nos bosses, mas a dublagem (em inglês ou japonês) é fraca, com diálogos que soam robóticos. Os efeitos sonoros nos combates são satisfatórios, com impactos pesados e feedback háptico no DualSense que adiciona peso aos golpes.
Conclusão: Vale a Pena investir?
Lost Soul Aside é o resultado de um projeto de paixão que cresceu além do controle, misturando altos (combate incrível) com baixos (narrativa fraca e polimento irregular). No PS5 Pro, ele se beneficia do aprimoramento gráfico para uma experiência mais fluida e visualmente atraente, mas ainda parece mediano e não chega aos pés de Final Fantasy XVI ou Stellar Blade em ambição ou execução. Se você ama hack-and-slash e pode ignorar os clichês, é uma diversão passageira. Para o resto, espere uma promoção.
Agradecemos à PlayStation Brasil pela gentileza de fornecer a chave para review.