Se você esperava que 2025 fosse o grande ano dos exclusivos da Sony, é melhor segurar o hype. Salvo exceções pontuais como Death Stranding 2 e Ghost of Yōtei, o cenário atual dos estúdios da PlayStation se assemelha mais a uma calmaria estranha do que a um vendaval criativo. A promessa de novos blockbusters existe — mas, por enquanto, ela caminha a passos lentos, envolta em mistério e silêncio.
First-party parados no tempo?
A atual geração do PlayStation já passou da metade, e o cronômetro está correndo. Ainda assim, boa parte dos estúdios internos da Sony parecem operar em modo de incubação. Com exceção da tradicional atualização anual de MLB The Show, 2025 será um ano de poucos lançamentos realmente impactantes. E o que se vê é uma Sony que, mesmo ciente da urgência em reforçar a biblioteca do PS5, ainda parece distante de uma resposta clara.
Naughty Dog: confiança em silêncio
Poucos estúdios carregam tanto prestígio quanto a Naughty Dog. Depois de redefinir o que esperamos de narrativas nos games com Uncharted e The Last of Us, o estúdio agora se aventura por novos caminhos com Intergalactic: The Heretic Profit, sua primeira grande IP inédita em anos. A proposta é ousada — uma ficção científica retrô estrelando Jordan Amun, com caçadores de recompensas, gangues interestelares e uma trilha sonora composta por ninguém menos que Trent Reznor, do Nine Inch Nails.
Ainda não vimos gameplay, é verdade. Mas o estúdio tem crédito de sobra. A Naughty Dog não é conhecida por revelar tudo de uma vez, ela constrói suas experiências com paciência, atenção obsessiva aos detalhes e uma assinatura autoral que poucos conseguem replicar. A expectativa é alta, e com razão: Intergalactic pode muito bem ser o próximo grande divisor de águas da marca PlayStation. Só nos resta torcer para que a espera não se estenda demais e que o próximo State of Play nos traga uma prévia concreta do que está por vir.

Santa Monica e Insomniac: gigantes cautelosos
A Santa Monica, responsável por God of War Ragnarok, ainda não revelou o próximo passo de Kratos. Em vez disso, Cory Barlog trabalha num projeto secreto desde 2021. Pode até vir bomba por aí, mas por enquanto, é só fumaça.
Já a Insomniac, mesmo depois do sucesso de Marvel’s Spider-Man 2, vive dias turbulentos. O estúdio sofreu com vazamentos e ataques hackers que comprometeram não só dados, mas também sua reputação. Wolverine ficou para 2026 ou além, e um título centrado no Venom está nos planos. Mas para este ano? Nada além do som do silêncio.

Sucker Punch, Guerrilla e Bend
A Sucker Punch é uma das poucas a oferecer algo concreto: Ghost of Yōtei, sequência espiritual de Tsushima, chega em outubro de 2025. O projeto parece sólido, mas é uma gota no oceano.
Enquanto isso, a Guerrilla Games está presa à vastidão de Horizon. O último capítulo da trilogia está em desenvolvimento, mas ainda deve demorar anos. Um jogo multiplayer está nos bastidores, mas o fracasso de Concord e os tropeços de Marathon colocam o futuro desses projetos de serviço sob uma nuvem densa.
A Bend Studio, que renasceu das cinzas com Days Gone Remastered, sumiu novamente. Trabalham em algo novo, aparentemente um jogo de mundo aberto — mas não há detalhes, nem promessas. E os rumores de cancelamentos e demissões não ajudam.

Outros estúdios e o eco do vácuo
O restante da tropa está em silêncio absoluto. Media Molecule, FireSprite, Bluepoint, Dark Outlaw Games, Team LFG… todas parecem estar nos bastidores, sem nada palpável à vista. A exceção é Housemarque, que prepara Saros, descrito como um sucessor espiritual de Returnal em escala ampliada. Mas de novo: 2026.

E a Gamescom? Bem… Sony não vai
A decisão da Sony de não participar oficialmente da Gamescom 2025 alimenta a percepção de um cenário morno para o evento. Em um ano em que concorrentes investem pesado em novos anúncios e movimentações estratégicas, a ausência da empresa no principal palco europeu soa como um passo atrás calculado — ou até mesmo um pedido de tempo para reorganizar suas próximas jogadas.
Mas calma lá. A Sony já mostrou que não precisa dos grandes eventos para causar impacto. Os State of Play estão aí para isso, e às vezes uma transmissão discreta vira trending topic. O problema é que até mesmo esses eventos andam econômicos, tanto no conteúdo quanto na emoção.
A hora da reinvenção?
Diante da pressão da concorrência e do esgotamento do modelo “jogo cinematográfico com mundo semiaberto e narrativa épica”, a Sony parece estar num momento de reestruturação interna. Talvez os estúdios estejam repensando direções criativas, talvez estejam apenas recuperando o fôlego após anos intensos.
O fato é que 2025 está longe de ser o ano que os fãs esperavam. A biblioteca do PS5, que começou com força, agora precisa urgentemente de novos pilares. Death Stranding 2 e Ghost of Yōtei seguram as pontas, mas o brilho de outros tempos está ofuscado, por enquanto.
Conclusão
Ainda não é hora de perder a fé. O silêncio pode esconder um grito estrondoso, e a próxima leva de exclusivos pode estar apenas esperando o momento certo para brilhar. Mas, até lá, é bom alinhar as expectativas: 2025 será um ano de espera — e, com sorte, preparação para uma nova era.