O universo Xbox foi abalado neste sábado (5) por uma sequência de notícias que acenderam o sinal de alerta sobre o futuro da divisão de games da Microsoft. Em meio a uma reestruturação marcada por demissões em massa, cancelamentos de projetos e o fechamento de estúdios, surgem projeções preocupantes e críticas contundentes ao modelo de negócios adotado pela empresa, em especial ao Game Pass, seu serviço de assinatura.
Game Pass sob fogo: “Terrível para a indústria”, diz ex-Arkane
Entre as declarações mais polêmicas está a de um ex-desenvolvedor da Arkane Studios, que classificou o Game Pass como “terrível para a indústria”. A crítica vai na contramão da percepção popular, que enxerga o serviço como uma das melhores ofertas em custo-benefício do mercado.
Contudo, vozes dentro da indústria têm se multiplicado com preocupações sobre a sustentabilidade financeira do modelo de assinatura, o retorno limitado para desenvolvedores independentes e a dificuldade de manter qualidade constante em um sistema que privilegia volume e engajamento rápido.
Cobrança da alta cúpula: “A aposta ainda não se pagou”
De acordo com o jornalista Tom Warren (The Verge), Amy Hood, diretora financeira (CFO) da Microsoft, tem pressionado diretamente a divisão Xbox por melhores resultados após a bilionária aquisição da Activision Blizzard. Warren afirma que a pressão é natural, considerando o alto investimento feito nos últimos anos, mas também destaca um ponto sensível:
“A aposta no Game Pass ainda não se pagou.”
O alerta é compartilhado por Jez Corden (Windows Central), que acredita que essa mudança de postura pode gerar novos abalos na confiança interna da divisão de games e, possivelmente, danos à imagem da marca.
“Mesmo com todos os cortes e reestruturações, ainda não acabou”, disse.
Temor crescente entre analistas e fãs
A nova onda de incertezas fez crescer entre analistas e jogadores o receio de que a Microsoft possa, em nome de prioridades corporativas, reduzir investimentos ou até mesmo rever o papel da marca Xbox em sua estrutura de negócios. Entre os temores mais discutidos estão:
- A redução da ambição do Game Pass ou mudanças no modelo atual;
- O enfraquecimento do portfólio first-party, diante de cancelamentos e estúdios desmantelados;
- A possibilidade de realocação de recursos para áreas mais lucrativas ou estratégicas dentro da empresa.
Um futuro incerto, mas ainda em aberto
Apesar das críticas e da pressão, o Game Pass ainda é considerado um dos pilares da proposta de valor da Microsoft para o público gamer. A plataforma oferece acesso a centenas de jogos, incluindo lançamentos de peso, por uma assinatura mensal, algo que revolucionou o consumo de games nos últimos anos. Contudo, a permanência desse modelo dependerá menos da popularidade entre os jogadores e mais da viabilidade financeira dentro da estrutura corporativa da Microsoft.
Como alertou Jez Corden, os próximos meses serão decisivos para entender se a promessa feita pela Microsoft ao universo gamer será mantida ou renegociada. O futuro do Xbox — e do Game Pass — permanece em aberto.