Após meses de rumores, a Microsoft confirmou oficialmente os novos portáteis ROG Xbox Ally e ROG Xbox Ally X durante o Xbox Games Showcase 2025. Desenvolvidos em parceria com a Asus, os dispositivos chegarão ao mercado até o fim do ano, com hardware robusto e sistema Windows 11 — o que garante acesso amplo a bibliotecas como Steam e até jogos de PC dos estúdios PlayStation. Mas um detalhe chamou a atenção: ambos os modelos foram lançados sem telas OLED. O motivo, segundo a Asus, é técnico — e estratégico.
Por que não OLED? A prioridade é VRR
Em um vídeo publicado no YouTube, os representantes da linha ROG Ally, Jake Kulinski e Whitson Gordon, explicaram que a ausência de painéis OLED nos novos portáteis se deve à incompatibilidade atual com uma função essencial: a taxa de atualização variável (VRR). A tecnologia, que garante uma experiência mais fluida e livre de artefatos visuais, foi considerada essencial para o padrão gamer da marca.
“Fizemos pesquisas e protótipos com OLED neste ano, mas ainda não chegamos onde queremos no suporte ao VRR. Para mim, uma tela sem VRR simplesmente não atende aos critérios de um dispositivo gamer em 2025.”
-afirmou Gordon.
Além disso, segundo Gordon, os painéis OLED com suporte a VRR ainda apresentam consumo energético muito superior ao LCD utilizado atualmente, além de encarecerem significativamente o produto final. Por isso, a Asus optou por investir em outras áreas que, segundo o feedback dos consumidores, são mais valorizadas no momento.
Foco em bateria, desempenho e software
Com base nas reações do público, a equipe do ROG Ally decidiu concentrar esforços em melhorar a duração da bateria, o desempenho geral do sistema e a qualidade da experiência de software.
Nintendo também deixou o OLED de lado
Curiosamente, a Nintendo adotou postura semelhante para o sucessor do Switch. Segundo Tetsuya Sasaki, diretor sênior da divisão de tecnologia da empresa, a evolução recente dos painéis LCD foi decisiva.
“Durante o desenvolvimento, a tecnologia LCD avançou bastante. Após analisar as opções disponíveis, decidimos manter o LCD, especialmente pelo suporte aprimorado ao HDR — algo que nem o Switch OLED oferecia”
-explicou Sasaki.
OLED com VRR ainda apresenta desafios técnicos
A combinação entre painéis OLED e VRR, apesar de possível, ainda enfrenta limitações técnicas. Um dos principais problemas é a chamada “cintilação VRR” — uma variação perceptível no brilho da tela, especialmente em cenas escuras, causada pela flutuação na taxa de quadros. Como os tons de preto do OLED são extremamente profundos, essas variações ficam ainda mais evidentes.
Essa limitação provavelmente influenciou a decisão da Asus, da Microsoft e da própria Nintendo em adiar a adoção do OLED em seus novos dispositivos portáteis. No entanto, isso não significa que a tecnologia foi descartada para o futuro. Rumores indicam que a Samsung já estaria pressionando pela inclusão de um painel OLED no futuro Switch