Review – 1000×Resist

Review – 1000×Resist

O que esperar de 100 x Resist

1000 × Resist é um jogo indie que tenta unir ficção científica, crítica social e experimentação narrativa em uma experiência compacta, mas densa. Seu ponto de partida é interessante: clones de uma adolescente imune a uma praga alienígena acessam memórias fragmentadas para reconstruir a história de sua progenitora e entender a base de sua própria existência. A premissa é forte, mas a execução oscila entre momentos de brilho e trechos onde a ambição supera claramente os recursos disponíveis.


Um jogo que vence pela narrativa ousada

A narrativa acompanha Observadora revisitando as lembranças de Íris, uma jovem de Hong Kong inserida em um período de tensão política e colapso global. O jogo aposta em uma estrutura não linear e em constantes quebras de perspectiva, o que funciona bem como conceito, mas nem sempre como experiência. O excesso de simbolismos e fragmentações pode tornar a progressão mais confusa do que instigante, e algumas das reflexões propostas parecem depender mais da boa vontade do jogador do que de uma construção narrativa consistente. Há profundidade temática, mas ela é distribuída de forma desigual, com momentos fortes seguidos de trechos que soam redundantes ou prolongados.


Uma jogabilidade limitada, mas não necessariamente ruim.

Na jogabilidade, 1000 × Resist adota uma combinação de exploração, trechos de plataforma leves e segmentos experimentais que variam completamente de formato. Essa variedade mantém a experiência imprevisível, porém também expõe limitações claras. A navegação em áreas como o Pomar é pouco intuitiva, puzzles surgem sem contextualização adequada e os controles carecem da precisão necessária para sustentar algumas das ideias propostas. Em muitos pontos, o jogo depende mais da disposição do jogador em tolerar pequenas frustrações do que de um design ajustado.


Uma estética simples e utopica

Visualmente, o título aposta em uma estética estilizada que funciona dentro das suas possibilidades, mas não esconde seus limites técnicos. Texturas de baixa qualidade, animações incompletas e modelagens pouco refinadas aparecem com recorrência. O áudio acompanha com uma trilha competente, embora a dublagem apresente variações notáveis de qualidade entre protagonistas e coadjuvantes. O desempenho também deixa a desejar: além dos tempos de carregamento elevados e crashes ocasionais, o jogo apresenta quedas bruscas de FPS em segmentos em primeira pessoa, especialmente durante memórias vividas através de Íris. Essas quedas não prejudicam diretamente a jogabilidade, mas são inesperadas — e mais evidentes ainda no PlayStation 5 Pro, onde se esperaria estabilidade superior.


Conclusão

No conjunto, 1000 × Resist é um projeto que acerta nas intenções, mas nem sempre na execução. Há boas ideias narrativas, há momentos de impacto e existe uma visão artística clara. No entanto, o jogo frequentemente esbarra em limitações técnicas e escolhas estruturais que dificultam a fluidez da experiência. Ele funciona bem como obra de experimentação narrativa, mas perde força quando exige precisão mecânica ou clareza temática.

É um jogo recomendado para quem aprecia projetos autorais e está disposto a lidar com irregularidades para acessar algo conceitualmente interessante. Para quem busca estabilidade, coesão e polimento, a experiência pode se revelar mais frustrante do que recompensadora.


Agradecemos à Fellow Traveller Games e Theogames pela gentileza de fornecer a chave para review.


1000xResist

No conjunto, 1000 × Resist é um projeto que acerta nas intenções, mas nem sempre na execução. Há boas ideias narrativas, há momentos de impacto e existe uma visão artística clara. No entanto, o jogo frequentemente esbarra em limitações técnicas e escolhas estruturais que dificultam a fluidez da experiência. Ele funciona bem como obra de experimentação narrativa, mas perde força quando exige precisão mecânica ou clareza temática.
8.5
Bom