Assassin’s Creed Shadows: DLC Claws of Awaji surge como resposta aos excessos de Valhalla

Assassin’s Creed Shadows: DLC Claws of Awaji surge como resposta aos excessos de Valhalla

Equipe admite que o título anterior da franquia se tornou “um monstro” com tantas expansões, e aposta em uma abordagem mais focada para a nova experiência


A Ubisoft revelou que o desenvolvimento de Assassin’s Creed Shadows tem sido diretamente influenciado pelos erros cometidos em Assassin’s Creed Valhalla. Simon Arsenault, líder da equipe responsável pela nova DLC Claws of Awaji, reconheceu em entrevista recente que o jogo de 2020 acabou crescendo de forma descontrolada, especialmente após a chegada de inúmeras expansões e conteúdos gratuitos.

“Estava ficando mais bagunçado”, admitiu Arsenault. “Se você jogou [Valhalla] no lançamento, estava bom, mas quanto mais você esperava, todas as expansões e conteúdos gratuitos foram se acumulando. Em determinado momento, tornou-se um jogo monstruoso. Já era um monstro, mas tornou-se um monstro muito maior ao final.”

Da grandiosidade ao foco: a mudança de mentalidade

Segundo o desenvolvedor, a experiência com Valhalla serviu como um alerta para os limites da própria franquia. Embora a ambição de entregar um mundo imenso e recheado de atividades tenha conquistado milhões de jogadores, também gerou críticas sobre repetição, falta de foco narrativo e um cansaço natural diante do excesso de conteúdo.

Em contraste, Claws of Awaji foi concebida dentro de uma lógica de “design por restrições”. Produzida por uma equipe menor no estúdio de Bordeaux, separada do núcleo principal em Quebec, a DLC contou com prazos mais curtos e recursos reduzidos — o que, paradoxalmente, favoreceu a clareza criativa.

“Quando você inicia um jogo principal e está fazendo algo grande, é claro, você tem muitos recursos e muitas pessoas. Você pode ir muito longe. Para esta DLC, tínhamos um tempo limitado, mesmo tendo recebido mais do que esperávamos no início, mas era limitado, então tivemos que focar. E como você foca? Mantendo o escopo o mais claro possível”, explicou Arsenault.

Uma aventura mais contida, mas rica em novidades

Já disponível, Claws of Awaji adiciona aproximadamente 10 horas de conteúdo à campanha principal de Shadows, que por si só já possui entre 35 e 40 horas. Ambientada na ilha de Awaji, a expansão apresenta uma narrativa independente, novos equipamentos, habilidades inéditas e a introdução de uma nova arma para Naoe: o bastão Bo, que promete diversificar ainda mais as possibilidades de combate.

A proposta, segundo a equipe, não é competir em escala com o jogo base, mas sim oferecer uma experiência refinada, condensada e mais coesa.


O caso reflete um dilema recorrente para grandes franquias de mundo aberto: como equilibrar quantidade e qualidade sem sufocar o jogador com conteúdo redundante? No caso de Valhalla, a busca pela longevidade resultou em uma jornada massiva que, para muitos, extrapolou os limites do prazer e resvalou no desgaste. Com Shadows e sua expansão inicial, a Ubisoft parece adotar uma filosofia de “menos é mais” — ao menos no que diz respeito ao conteúdo adicional. Se essa abordagem será aplicada também às próximas fases da franquia, resta acompanhar os desdobramentos.

Fonte: GamesRadar