The Elder Scrolls Online passa por reestruturação após cortes da Microsoft

The Elder Scrolls Online passa por reestruturação após cortes da Microsoft

Demissões em massa, saída de Matt Firor e cancelamento de um MMO marcam nova fase da ZeniMax Online Studios, que agora aposta em um futuro mais enxuto para TESO


A ZeniMax Online Studios atravessa um dos momentos mais delicados de sua história. Após a onda de demissões em julho, promovida pela Microsoft em diferentes divisões de sua estrutura, o estúdio responsável por The Elder Scrolls Online (TESO) sofreu transformações profundas que já impactam diretamente seus projetos e liderança.

Saída de Matt Firor após 18 anos no comando

Um dos episódios mais marcantes da reestruturação foi a saída de Matt Firor, que por quase duas décadas esteve à frente da ZeniMax Online Studios. Sua decisão de deixar o cargo ocorreu em meio à turbulência causada pelos cortes em massa, surpreendendo até mesmo veteranos da equipe.

Segundo Rich Lambert, novo diretor do estúdio, a perda foi sentida de forma intensa:

“Trabalhei com Matt por quase 20 anos, e foi um choque para todos nós. Mas ele é dono de suas próprias decisões. Ele tem esse direito, e você o respeita. Ele está na indústria há muito, muito tempo.”

Com a mudança, as responsabilidades foram divididas entre Lambert e Jo Burba, que assumiu como novo chefe de estúdio. A dupla passa a gerenciar setores distintos da operação, em um modelo de liderança compartilhada.

O cancelamento de “Blackbird”

Entre os impactos mais severos dos cortes está o cancelamento do MMO de codinome “Blackbird”, em desenvolvimento há vários anos. O projeto representava uma das apostas de longo prazo da ZeniMax, mas não sobreviveu à necessidade de ajustes orçamentários e reorganização interna. Lambert reconheceu a frustração, mas reforçou que a prioridade agora é concentrar recursos no The Elder Scrolls Online. “Foi super emocional, foi terrível”, admitiu o diretor, explicando que muitos dos profissionais desligados eram colaboradores de mais de uma década.

Com a redução da equipe, o foco passa a ser a manutenção de TESO. Lambert descreveu 2025 como um “ano de transição”, marcado por uma nova filosofia de atualizações. Em vez de expansões robustas e espaçadas, a ideia é lançar conteúdos menores e mais frequentes, mantendo o engajamento da comunidade de forma contínua. O diretor destacou ainda que, apesar do incentivo da Microsoft em adotar ferramentas de inteligência artificial, a ZeniMax ainda não as utiliza de forma significativa no desenvolvimento. A prioridade, segundo ele, continua sendo a experiência do jogador.

Olhando além do presente

Mesmo diante das dificuldades, Lambert deixou claro que não pretende limitar o estúdio a apenas um título.

“Quero fazer mais jogos. Não terminei ainda, e a equipe continua querendo fazer mais jogos também. Tenho muitas ideias. Espero que possamos compartilhá-las em algum momento”, declarou.

Ainda assim, ele reconhece a necessidade de equilíbrio entre ambição e prudência:

“Não acho que você possa apostar em uma única coisa para sempre. Obviamente queremos que ESO seja bem-sucedido, queremos que seja aquele MMO de 30 anos, e estamos comprometidos com isso. Mas se você colocar todos os ovos em uma cesta, há problemas.”

Um futuro incerto, mas resiliente

O momento atual da ZeniMax Online reflete os desafios enfrentados por muitos estúdios sob a gestão da Microsoft, que em 2024 e 2025 promoveu cortes profundos em sua divisão de jogos. Com a perda de veteranos, o cancelamento de projetos e a necessidade de adaptação, a empresa precisa agora reconstruir sua identidade e provar que ainda tem fôlego criativo.

No centro dessa jornada está The Elder Scrolls Online, que após mais de uma década de vida segue como uma das propriedades mais estáveis da Bethesda. A questão que permanece é se o estúdio conseguirá transformar esse período de crise em uma nova fase de crescimento e renovação.

Fonte: PC Gamer