Ubisoft teria cancelado novo Assassin’s Creed ambientado na Guerra Civil dos EUA

Ubisoft teria cancelado novo Assassin’s Creed ambientado na Guerra Civil dos EUA

Projeto abordaria temas raciais e políticos após a Guerra Civil Americana, mas teria sido interrompido por receios internos e pressões externas.


A Ubisoft teria cancelado um jogo inédito da franquia Assassin’s Creed ambientado durante o período da Reconstrução dos Estados Unidos, logo após o fim da Guerra Civil (1865–1877). A decisão, segundo fontes ouvidas pelo portal Game File, estaria relacionada a preocupações com o clima político norte-americano e à reação online em torno de representações raciais dentro da série.

Um protagonista negro em meio à luta pela justiça

De acordo com funcionários atuais e antigos da Ubisoft que falaram sob anonimato, o título teria como protagonista um homem negro anteriormente escravizado no sul dos EUA, que, após conquistar sua liberdade, migraria para o oeste em busca de uma nova vida. No decorrer da narrativa, ele seria recrutado pela Irmandade dos Assassinos, retornando ao sul para enfrentar injustiças sociais e confrontar o surgimento da Ku Klux Klan, organização racista que ganhou força no período pós-guerra.

O enredo, segundo as fontes, buscava explorar temas de opressão, resistência e reconstrução moral dos Estados Unidos, mantendo a essência histórica e filosófica que caracteriza a franquia Assassin’s Creed.

Cancelamento motivado por receios políticos
  1. Três funcionários confirmaram ao Game File que o projeto foi cancelado pela gerência da Ubisoft em Paris por dois motivos principais:
  2. A repercussão nas redes sociais após o anúncio de Assassin’s Creed Shadows, que apresenta Yasuke, um samurai negro inspirado em uma figura histórica real;

Preocupações com o ambiente político nos EUA, considerado “tenso e polarizado” para a abordagem de temas raciais e históricos sensíveis. Uma das fontes classificou a decisão como “decepcionante, mas previsível”, afirmando que a liderança da Ubisoft tem evitado se posicionar diante de questões políticas:

“Eles estão tomando cada vez mais decisões para manter o ‘status quo’. Não assumem riscos — nem políticos, nem criativos”, afirmou o ex-funcionário ao Game File.

Paralelamente à polêmica, a Ubisoft anunciou oficialmente o início das operações de sua nova subsidiária Vantage Studios, criada com apoio da Tencent. Segundo informações apuradas pelo VGC, a empresa começou a operar na semana passada sob a liderança dos co-CEOs Christophe Derennes e Charlie Guillemot.

Ainda não está claro se o projeto cancelado poderá ser retomado no futuro ou se parte de suas ideias será reaproveitada em outros títulos da franquia. Entretanto, o episódio reforça as tensões internas na Ubisoft entre a ambição criativa de suas equipes e a cautela política de sua administração global.

Fonte: VGC