CEO Jensen Huang reconhece avanço acelerado da China e reforça estratégia de expansão global da empresa
A Nvidia, gigante americana de semicondutores e inteligência artificial, enfrenta uma crescente pressão no mercado chinês, conforme revelou o CEO Jensen Huang em entrevista recente. Segundo Huang, a China está apenas “nanosegundos atrás” dos Estados Unidos em tecnologia de IA e fabricação de chips, tornando-se um competidor robusto e rápido para a empresa norte-americana.
Competição acirrada na China
Huang ressaltou que, apesar das tensões geopolíticas, a Nvidia e outras empresas de tecnologia dos EUA precisam estar presentes e competir no país asiático. “Estamos enfrentando um competidor formidável, inovador, faminto, rápido e subregulado”, afirmou, destacando a velocidade com que a China tem avançado em infraestrutura tecnológica e inteligência artificial. A afirmação ganha relevância diante das recentes políticas chinesas, que exigem que pelo menos 50% dos chips usados em data centers domésticos sejam produzidos por fabricantes locais.
Nesse cenário, a Huawei, com seus processadores Ascend 910B e sistemas que operam sem CUDA, lidera o movimento de redução da dependência tecnológica americana. Historicamente, a Nvidia detinha cerca de 95% de participação no mercado chinês, mas essa posição tem sido corroída por competidores locais. Apesar disso, Huang procurou tranquilizar investidores ao afirmar que ainda existem múltiplas oportunidades de crescimento fora da China.
“Acredito que é do interesse da China que a Nvidia possa atender esse mercado e competir nele. É, obviamente, do fantástico interesse dos Estados Unidos. Mas essas duas verdades podem coexistir”, explicou.
A relação da Nvidia com o mercado chinês se tornou ainda mais complexa com os chips H20. Em julho, a empresa anunciou que buscava autorização para exportar novamente esses GPUs, que foram inicialmente desenvolvidos para cumprir regras de difusão de IA impostas pelo governo dos EUA. No entanto, a produção precisou ser pausada em agosto devido a preocupações de segurança levantadas pelo governo chinês.
Além disso, a Administração do Ciberespaço da China restringiu a aquisição do RTX Pro 6000D por algumas das maiores empresas locais, mesmo sendo um produto projetado especificamente para o mercado chinês. Essas limitações ilustram o desafio que empresas estrangeiras enfrentam para operar no setor tecnológico do país, entre barreiras regulatórias e competição local.
Apesar das dificuldades no mercado asiático, a Nvidia continua sua estratégia de crescimento global. Recentemente, a empresa firmou um acordo com a OpenAI avaliado em US$ 100 bilhões, reforçando sua posição no setor de inteligência artificial e sua capacidade de atender demandas emergentes em diversas regiões do mundo. Huang enfatizou que, embora o mercado chinês seja estratégico, a Nvidia está preparada para expandir suas operações em outros territórios, mantendo-se competitiva e inovadora diante de um cenário global em rápida transformação.