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Comunidade de desenvolvedores critica escopo amplo das patentes em meio ao processo judicial contra Palworld
A Nintendo acaba de registrar duas novas patentes nos Estados Unidos, mas a medida tem provocado forte reação negativa na comunidade de desenvolvedores de jogos. As patentes surgem em um momento delicado, já que a empresa japonesa está envolvida em um processo judicial contra a Pocketpair, criadora do popular Palworld, acusado de semelhanças excessivas com a franquia Pokémon.
Escopo considerado amplo demais
Entre as duas patentes, a mais controversa descreve um sistema de batalha que muitos consideram deliberadamente genérico. O documento protege cenários nos quais existe um “personagem” que pode se movimentar em um campo virtual, um “sub-personagem” que pode ser invocado para lutar (como os Pokémon ou os Pals) e um inimigo presente na área desse confronto.
A formulação ampla da patente levanta preocupações de que ela possa ser aplicada não apenas a Palworld, mas também a praticamente qualquer jogo do gênero coletor de criaturas, o que acende o alerta sobre restrições indevidas à concorrência.
Reação da comunidade de desenvolvedores
As críticas não demoraram a surgir. Michael “Cromwelp” Douse, diretor de publicação da Larian Studios (Baldur’s Gate 3), publicou uma declaração incisiva no X (antigo Twitter):
“Esses tipos de patentes são frequentemente usados de má-fé.”
Outros desenvolvedores e jogadores também manifestaram indignação, questionando a legalidade da aprovação de algo tão abrangente. Um usuário respondeu à publicação de Douse afirmando:
“Essa patente é extremamente genérica, certamente eles não podem patentear algo tão abrangente assim.”
Na prática, entretanto, a patente foi aprovada, gerando temores de que a Nintendo possa utilizá-la como instrumento jurídico para limitar a inovação no setor.
Antecedentes no processo contra Palworld
Essa não é a primeira ação estratégica da Nintendo no caso. Durante o processo, a empresa já havia registrado outra patente considerada controversa, ampliando as pressões sobre a Pocketpair. Em resposta, os criadores de Palworld confirmaram que foram obrigados a realizar “certos compromissos” no desenvolvimento, incluindo ajustes no mecanismo de planagem do jogo para “evitar interrupções” decorrentes de disputas legais.
Ainda não há clareza sobre como essas patentes poderão ser aplicadas diretamente a Palworld ou a outros jogos similares. No entanto, a situação levanta uma discussão mais ampla sobre os limites da propriedade intelectual na indústria de games. Especialistas e desenvolvedores temem que iniciativas desse tipo abram precedente para que grandes companhias usem o sistema de patentes não apenas como ferramenta de proteção, mas também como uma forma de sufocar concorrentes menores e restringir a diversidade criativa no mercado.
O caso segue em andamento, e o desfecho poderá influenciar diretamente como futuras disputas de propriedade intelectual serão conduzidas no setor.
Fonte: GamesRadar