Reboot de Saints Row fracassa e revela decisões controversas durante o desenvolvimento

Reboot de Saints Row fracassa e revela decisões controversas durante o desenvolvimento

Novo Saints Row, lançado em 2023, causou prejuízos bilionários à Embracer Group e expõe cortes e mudanças significativas que podem ter influenciado o fracasso do jogo.


O lançamento do reboot de Saints Row em 2023 foi recebido com grande expectativa pelos fãs da franquia, mas acabou se tornando um dos maiores tropeços recentes da indústria. Prometendo novos personagens, história inédita e modernização da jogabilidade, o título não conseguiu conquistar o público, gerando um impacto financeiro significativo para a Embracer Group, controladora da Volition. O fracasso foi tão expressivo que resultou no fechamento do estúdio Volition, deixando o futuro da franquia em suspenso.

Revelações sobre o desenvolvimento

Novas informações divulgadas pelo YouTuber mrsaintsgodzilla21, que visitou a Volition em 2019, revelam que o reboot originalmente tinha uma direção bastante diferente do produto final. Segundo relatos:

  • Personagens clássicos de Saints Row: The Third, como Pierce, tinham suas falas gravadas por dubladores, mas foram removidos para dar maior destaque aos novos protagonistas;
  • Elementos de gameplay originalmente planejados, como maior controle sobre a cidade e interações mais complexas com cidadãos, foram cortados;
  • A árvore de habilidades do jogador seria dividida em três caminhos, permitindo personalização estratégica, incluindo a possibilidade de criar leis nas áreas sob controle, desde códigos de vestimenta até regras para resolver conflitos;
  • A história e a narrativa sofreram mudanças radicais, transformando a experiência planejada em algo mais simplificado e focado nos novos personagens.

Essas alterações, segundo especialistas e fãs, podem ter diluído a essência que fez a franquia popular, tornando o reboot menos impactante e afastando jogadores antigos da série.



Influências externas e decisões controversas

Embora nada tenha sido oficialmente confirmado, as mudanças drásticas podem ter origem na Deep Silver, publisher do jogo, ou em outras interferências externas durante o desenvolvimento. A THQ Nordic, que adquiriu Koch Media e Deep Silver em 2018, passou a controlar a publicação e, possivelmente, contribuiu para decisões que priorizaram novos elementos em detrimento dos clássicos da franquia.

Analistas do setor apontam que a combinação de cortes significativos de conteúdo, alterações na narrativa e foco em novos personagens pode ter sido um fator central para o desempenho comercial abaixo do esperado.



O impacto do fracasso

O reboot de Saints Row não só gerou prejuízos financeiros, mas também afetou a confiança dos jogadores na marca. O fechamento da Volition, que marcou o fim de um ciclo da franquia, evidencia como decisões editoriais e alterações durante o desenvolvimento podem impactar a percepção do público e a viabilidade comercial de um jogo. Especialistas destacam que, embora reboots possam revitalizar franquias, é crucial equilibrar inovação e respeito aos elementos clássicos. No caso de Saints Row, mudanças radicais em personagens, gameplay e história parecem ter prejudicado o resultado final.

O fracasso do reboot de Saints Row funciona como um exemplo emblemático das consequências de interferências externas e decisões editoriais mal calibradas. Apesar das promessas de modernização e novos personagens, a redução de conteúdo, cortes de mecânicas estratégicas e mudanças na narrativa contribuíram para a decepção da comunidade. Enquanto o futuro da franquia permanece incerto, a história do reboot serve como alerta para desenvolvedores e publishers sobre a importância de manter a identidade original de uma série ao mesmo tempo em que se introduz inovação.