A Ubisoft, uma das maiores desenvolvedoras de jogos do mundo, voltou a ser destaque por motivos graves nesta semana. Três ex-executivos da empresa foram condenados na França por casos de assédio sexual, abuso de poder e assédio psicológico que marcaram um período sombrio na história recente da companhia.
Detalhes das condenações
Tommy François, Guillaume Patrux e Serge Hascöet — que ocuparam posições de alto escalão na Ubisoft até 2020 — receberam penas de prisão suspensa e multas pesadas. O ex-chefe editorial Tommy François foi punido com três anos de prisão suspensa e multa de 30 mil euros, acusado de tentativas de forçar beijos e impor comportamentos humilhantes a funcionárias.
Serge Hascöet, braço direito do então CEO Yves Guillemot, foi condenado a oito meses de prisão suspensa e multa de 45 mil euros por abuso psicológico e cumplicidade em assédio sexual, enquanto Guillaume Patrux recebeu 12 meses de prisão suspensa e multa de 10 mil euros por abuso psicológico, incluindo ameaças constantes e um episódio chocante de agressão física.
Negação do CEO e críticas internas
O CEO Yves Guillemot afirmou em 2020 que desconhecia as práticas abusivas e manteve sua posição ética, alegando ter sido traído por pessoas próximas. No entanto, a proximidade de Hascöet com Guillemot levanta dúvidas sobre o real nível de conhecimento da liderança sobre o ambiente tóxico. Funcionários, por sua vez, revelam que, mesmo após as mudanças, a cultura abusiva persiste na Ubisoft, com relatos de que as promessas de transformação não foram plenamente cumpridas.
O caso se soma a uma série de dificuldades enfrentadas pela Ubisoft, que em 2025 passou por uma profunda reestruturação, com aporte financeiro da Tencent e reestruturação de suas franquias principais. A empresa busca recuperar sua imagem e estabilidade após anos turbulentos marcados por denúncias de má conduta e instabilidade corporativa.
Fonte: Eurogamer