O cancelamento do jogo baseado no herói Pantera Negra, anunciado recentemente pela Electronic Arts (EA), causou surpresa não apenas no público, mas também entre os próprios funcionários do estúdio responsável, a recém-formada Cliffhanger. A decisão, que também envolveu o fechamento da equipe, não havia sido antecipada internamente, segundo revelou o jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, em reportagem exclusiva.
Estúdio em expansão, mas jogo parado
Conforme o relato de Schreier, o estúdio estava em plena fase de contratação, com diversos profissionais chegando recentemente, inclusive algumas contratações feitas nas últimas semanas antes do anúncio. Apesar do crescimento da equipe e do esforço acelerado nos últimos meses, o projeto não avançou o suficiente para passar pelas rigorosas avaliações internas da EA.
O sistema adotado pela empresa exige que projetos sejam avaliados ao atingirem certos marcos no desenvolvimento — e o jogo do Pantera Negra não conseguiu ultrapassar essa etapa, permanecendo em pré-produção após quatro anos.
“Um dos motivos para o progresso lento foi justamente que o estúdio ainda estava se formando. Muitos dos demitidos tinham sido contratados há menos de um ano”, destacou Schreier.
Inovação com herança Monolith
O título contaria com um sistema de jogabilidade inspirado no aclamado Nemesis, presente em Middle-earth: Shadow of Mordor — sistema que permite inimigos com memória e histórias dinâmicas —, porém expandido com novas mecânicas e ideias originais. Essa conexão fazia sentido, pois vários membros da Cliffhanger são ex-desenvolvedores da Monolith Productions, responsável pela criação do sistema original.
Além disso, o jogo teria uma narrativa que permitiria aos jogadores controlar diferentes personagens icônicos do universo Pantera Negra, incluindo T’Challa, Killmonger e Shuri. O enredo giraria em torno da disputa pelo manto do Pantera Negra, com o protagonista escolhido pelo jogador e os demais personagens funcionando como rivais dentro da campanha.
Embora a EA tenha mantido silêncio sobre os motivos específicos do cancelamento, a reportagem de Schreier lança luz sobre os desafios enfrentados pela Cliffhanger e pela própria editora na execução do ambicioso projeto. A notícia reforça a complexidade e os riscos inerentes ao desenvolvimento de jogos baseados em grandes franquias.
Fonte: Bloomberg