Review – Clair Obscur: Expedition 33

Review – Clair Obscur: Expedition 33

Eu cresci jogando Chrono Trigger, Final Fantasy VII, VIII, IX, Breath of Fire III e Legend of Legaia. Foram esses jogos que moldaram meu amor por RPGs — combates em turno, trilhas sonoras emocionantes e histórias que marcam pra sempre. Então quando Clair Obscur: Expedition 33 apareceu, não imaginava que estaria diante de uma verdadeira obra-prima. Mas acredite: estou.

E não falo isso à toa. Platinei o jogo com 51 horas de gameplay, explorando cada canto, enfrentando todos os superbosses, subindo a Torre Eterna e desbloqueando cada Lumina possível. O resultado? Um dos melhores RPGs da década, e pra mim, o principal candidato ao GOTY até agora.


Uma jornada que mistura arte, dor e redenção

Em Clair Obscur, você lidera uma das últimas expedições em busca de destruir a misteriosa Pintora — uma figura que marca, ano após ano, a idade máxima em que as pessoas viverão. Quando a idade “33” surge, o mundo inteiro entra em pânico. É uma corrida contra o tempo, contra a extinção. É um enredo melancólico e ao mesmo tempo inspirador.

A narrativa é corajosa. Fala sobre morte, luto, legado e escolhas, mas sem cair no dramalhão artificial. Os diálogos soam humanos, as expressões faciais dos personagens reforçam a carga emocional, e há uma cadência teatral — como se estivéssemos assistindo a uma peça sobre a vida e a perda. Me lembrou muito Final Fantasy X, mas com uma identidade própria e uma atmosfera francesa única que mistura pintura, música, poesia e dor.


O melhor combate por turnos que já joguei

Eu sei que a frase é forte, mas com tranquilidade digo: Clair Obscur tem o melhor sistema de combate por turnos que já vi.

Não só pela estética, que remete a Persona, mas pelo dinamismo. Você pode desviar e dar parry em tempo real durante o turno do inimigo — como um Mario RPG ou Like a Dragon: Infinite Wealth, só que ainda mais refinado. E quando acerta um parry perfeito… o tempo desacelera, a câmera corta em slow motion e o contra-ataque vem como uma obra de arte coreografada.

Cada personagem tem uma mecânica própria. Sciel trabalha com cartas e fases de luz/sombra, Monoco usa buffs e escudos, Verso é o DPS puro e ainda conta com sistema de notas a lá Devil May Cry em seu combate. E o endgame ainda nos apresenta alguns chefes secretos com mecânicas absurdamente criativas, além de Dungeons “secundárias” que mais parecem da história principal e que agregam demais na lore do game, vale a pena explorar cada canto do belíssimo mundo de Clair Obscur.

A sinergia entre os personagens e os Pictos (os acessórios do jogo) é outro destaque. Eles mudam completamente sua build e podem ser combinados com as Luminas para estratégias muito além da árvore de habilidades. Clair Obscur te convida a quebrar o sistema — e ser recompensado por isso.


Um mundo pintado com alma

O jogo equilibra linearidade com exploração. Os mapas funcionam como dungeons com atalhos, segredos, bosses opcionais e minigames escondidos. O mapa-múndi é uma homenagem direta aos clássicos, com áreas liberadas conforme novos meios de locomoção são obtidos.

A ambientação é um espetáculo: campos etéreos, ruínas cobertas de névoa, fortalezas flutuantes e cidades mortas. Em vários momentos, parei só para ouvir a trilha sonora — uma mistura cinematográfica de ópera, cordas, rock sinfônico e sintetizadores. Cada música parece feita à mão para a cena que acompanha.


Vale a pena?

Sem dúvida. Se você cresceu jogando RPGs no PS1, você vai se emocionar. Se ama Persona, Octopath Traveler ou FFXIV, vai encontrar mecânicas que evoluem o gênero. E se está buscando um jogo que não só preste homenagem ao passado, mas o eleve a um novo patamar, Clair Obscur: Expedition 33 é a resposta.

É um jogo sobre a beleza da vida, mesmo em meio ao fim. E é exatamente por isso que ele merece estar entre os grandes.


Veredito

Clair Obscur: Expedition 33 entende perfeitamente o legado dos RPGs clássicos e o reinventa com maestria. Seu sistema de combate é inovador, a história é potente e a trilha sonora, inesquecível. Ao lado de seus maiores inspiradores, ele já ocupa o lugar de destaque que merece — e quem sabe, já esteja inspirando os RPGs do futuro.


Agradecemos imensamente à Theogames e Sandfall por gentilmente fornecer a chave do jogo, tornando possível a realização desta análise.


Clair Obscur: Expedition 33

Clair Obscur: Expedition 33 entende perfeitamente o legado dos RPGs clássicos e o reinventa com maestria. Seu sistema de combate é inovador, a história é potente e a trilha sonora, inesquecível. Ao lado de seus maiores inspiradores, ele já ocupa o lugar de destaque que merece — e quem sabe, já esteja inspirando os RPGs do futuro.
10
Must Play