Sam Lake, o aclamado diretor criativo da Remedy Entertainment, segue como uma das figuras mais influentes e visionárias da indústria dos videogames. Ao longo de seus mais de 30 anos de carreira no estúdio finlandês, ele foi responsável por criar narrativas marcantes e atmosferas únicas em títulos como Max Payne — onde além de roteirista, emprestou seu próprio rosto ao protagonista —, Alan Wake, Quantum Break e Control. Reconhecido por sua abordagem autoral e pela maneira como mescla storytelling cinematográfico com jogabilidade, Lake continua envolvido ativamente no desenvolvimento de múltiplos projetos, mesmo enquanto começa a considerar sua aposentadoria.
Atualmente, a Remedy trabalha simultaneamente em diversos títulos. Entre eles estão o multiplayer cooperativo FBC: Firebreak, a aguardada sequência Control 2, e os remakes de Max Payne e Max Payne 2, produzidos em colaboração com a Rockstar Games.
Em entrevista ao portal The Game Business (via VGC), Sam Lake confirmou que está diretamente envolvido em todos esses projetos. Além disso, revelou que também lidera o desenvolvimento de um jogo ainda não anunciado, descrito como um projeto secreto no qual atua como diretor criativo — reforçando seu compromisso contínuo com a inovação narrativa e a construção de universos interconectados, marca registrada do “Remedy Connected Universe”.
Fora dos jogos, Lake também está participando de iniciativas no audiovisual. Ele faz parte da parceria recém-estabelecida entre a Remedy e a Annapurna Pictures, voltada para adaptações cinematográficas e televisivas dos jogos do estúdio. Ainda assim, apesar de seu ritmo intenso de trabalho, o autor admite que tem começado a pensar sobre o que virá depois da Remedy — e, surpreendentemente, seu futuro ideal não inclui necessariamente mais games.
Segundo Lake, desenvolver jogos foi uma espécie de “desvio criativo” em relação ao seu verdadeiro sonho: escrever romances. Ele declarou que espera, após se aposentar da indústria dos videogames, poder continuar trabalhando de forma criativa, mas em projetos menores e mais pessoais, com foco em literatura. “Ainda não é a hora”, garantiu, ressaltando que a paixão pelo que faz continua pulsante, mas que já vislumbra um horizonte diferente.
Quando questionado sobre com qual franquia fora da Remedy ele gostaria de trabalhar, Lake revelou um desejo curioso e bastante inusitado: criar algo relacionado aos Moomins, a famosa série de livros infantis da autora finlandesa Tove Jansson. Traduzida para mais de 40 idiomas e popularizada por diversas adaptações animadas — inclusive uma série japonesa transmitida na Europa nos anos 1990 —, a franquia contrasta fortemente com o tom sombrio e introspectivo dos jogos da Remedy, o que só reforça a versatilidade e a sensibilidade criativa de Sam Lake.

Com vários projetos ainda em desenvolvimento e ideias ambiciosas para o futuro, Lake mostra que está longe de desacelerar. Mesmo ao falar sobre aposentadoria, sua fala está carregada de entusiasmo criativo — sinal de que, independentemente da mídia, seu legado ainda tem muito a crescer.