Drew Harrison critica a forma como sua demissão foi conduzida e diz que não teve chance de pedir desculpas.
A polêmica envolvendo Ghost of Yotei voltou ao centro das atenções após a artista Drew Harrison, ex-funcionária da Sucker Punch, decidir se manifestar publicamente sobre sua demissão. Em setembro, Harrison foi duramente criticada depois de publicar um tweet considerado insensível sobre o assassinato de Charlie Kirk, o que levou ao seu desligamento imediato do estúdio, poucos dias antes do lançamento do jogo.
Segundo Harrison, o episódio ocorreu no pior momento possível. Faltando menos de duas semanas para a estreia de Ghost of Yotei, a Sucker Punch se viu no meio de um escândalo que rapidamente se espalhou pelas redes sociais e chegou a gerar pedidos de boicote. A artista havia publicado uma piada relacionada ao crime envolvendo Kirk, afirmando: “Espero que o nome do atirador seja Mario, para que Luigi saiba que seu irmão o protege”. A frase viralizou e provocou reações intensas.
A repercussão levou o estúdio a demiti-la imediatamente. Em entrevista ao Aftermath, Harrison apresentou sua versão dos fatos e criticou a postura tanto da Sony quanto da Sucker Punch, alegando que não teve a mínima chance de remover o tweet ou fazer um pedido de desculpas. Segundo ela, mesmo após mais de uma década trabalhando para a PlayStation, sua saída aconteceu de forma abrupta.
“Só pensei que, para eles, eu era a diversão do dia”, disse sobre a onda de críticas que enfrentou.
A situação rapidamente se transformou em um incêndio interno. Além dos apelos por boicote a Ghost of Yotei, a Aftermath relata que o estúdio teria recebido tantas ligações anônimas que alguns funcionários foram orientados a desligar os telefones fixos. No dia seguinte ao tweet, Harrison escreveu no chat interno que havia deixado “as piores pessoas da internet furiosas”, tentando aliviar o clima ao mencionar que havia muffins de banana na cozinha.
Logo depois, a Sucker Punch enviou uma mensagem interna afirmando que a publicação de um funcionário havia gerado uma situação delicada, com potencial até para atrasar o lançamento do trailer do jogo. Assim, reforçou para a equipe a necessidade de cautela quanto à postura nas redes sociais.
Pouco tempo após isso, Harrison recebeu uma ligação de um representante da Sony informando que ela estava sendo demitida com efeito imediato, sob a acusação de incitação à violência. Ela admite que sua piada foi de mau gosto, mas reforça que jamais lhe pediram para apagá-la ou se desculpar.
“Eu teria me desculpado. Trabalharia com o setor de relações públicas para preparar um pedido formal. Ninguém considerou o assédio que eu e meus colegas enfrentamos”, afirmou.
Apesar da polêmica, Ghost of Yotei não sofreu impacto comercial significativo. A Sony revelou que o jogo alcançou aproximadamente 3,3 milhões de cópias vendidas em seu primeiro mês, demonstrando que a controvérsia não afetou seu desempenho no mercado.
Fonte: Aftermath
