CEO evita celebrações e reforça foco criativo após aquisição bilionária da Electronic Arts por consórcio de investidores
A Take-Two Interactive mantém uma postura de cautela mesmo após o anúncio histórico da compra da Electronic Arts por um consórcio de investidores em um acordo estimado em US$ 55 bilhões. Durante a teleconferência de resultados financeiros, o CEO Strauss Zelnick afirmou que a empresa não enxerga a transação como motivo para comemoração, destacando que o sucesso contínuo depende de humildade e disciplina.
“A arrogância é inimiga do sucesso contínuo”, afirmou Zelnick ao ser questionado sobre o impacto da aquisição da EA, que agora deixará de ser uma companhia de capital aberto. “Acredito que estamos em uma posição excelente. Estamos performando melhor do que o esperado economicamente, e isso acontece porque estamos performando melhor criativamente. Essa é a essência do nosso negócio.”
O executivo reforçou que, mesmo com resultados acima das expectativas, especialmente após o desempenho positivo de Mafia: The Old Country, a Take-Two evita comemorações.
“Sempre que temos bons resultados, nossa abordagem é não fazer a dança da vitória. É levantar no dia seguinte e tentar fazer tudo de novo.”
Impacto da privatização da EA
Questionado sobre como a transformação da EA em uma empresa privada pode afetar a Take-Two no médio prazo, Zelnick demonstrou prudência.
“É difícil saber. Não ter mais um grande concorrente direto que também seja uma empresa de capital aberto pode nos dar um pouco de espaço do ponto de vista competitivo. Por outro lado, nunca tomamos nada como garantido.”
Ele acrescentou que a filosofia da empresa é operar com vigilância constante.
“Estamos sempre olhando por cima dos ombros. Estamos sempre assustados… então não tenho certeza se isso realmente faz diferença. Desejamos o melhor aos nossos competidores. Um bom negócio é bem servido por ter jogadores poderosos, não apenas um jogador poderoso.”
Uma visão madura do mercado
A fala de Zelnick reflete a postura tradicionalmente pragmática da Take-Two, conhecida por sua gestão conservadora e foco em qualidade criativa. Segundo o executivo, o compromisso da empresa permanece o mesmo, independentemente das mudanças estruturais no setor:
“Nosso trabalho é criar o melhor entretenimento da Terra.”
A Electronic Arts anunciou recentemente sua aquisição por um consórcio liderado pelo fundo soberano PIF da Arábia Saudita, em parceria com Silver Lake e Affinity Partners. O negócio, avaliado em aproximadamente US$ 55 bilhões, será estruturado como uma aquisição alavancada, o que significa que parte significativa da dívida ficará sob responsabilidade da própria EA. Com essa transação, a EA se tornará uma empresa privada, encerrando décadas de presença como uma das maiores publishers de capital aberto do setor. O movimento marca um novo capítulo na indústria de jogos, que passa por um ciclo intenso de fusões e reestruturações corporativas, um cenário que, segundo Zelnick, exige cautela, foco e constante autocrítica.
Fonte: GamingBolt
