Novo título da Techland precisou remover nudez, desmembramentos e representações internas de corpos para atender às exigências do rígido sistema de classificação CERO
O aguardado Dying Light: The Beast, próximo capítulo da franquia de ação e sobrevivência da Techland, chegará ao Japão em uma versão significativamente alterada. Considerado o título mais brutal da série até agora, o jogo não conseguiu sequer a classificação CERO Z (equivalente ao 18+) sem passar por mudanças drásticas.
As principais alterações impostas no Japão
Segundo informações divulgadas no site oficial do jogo, a adaptação japonesa de Dying Light: The Beast inclui:
- Remoção total da representação de órgãos internos;
- Alteração nos modelos de personagens femininas infectadas, suavizando seus visuais;
- Eliminação completa de cenas de desmembramento;
- Corte de todo conteúdo com nudez.
O detalhe curioso é que até mesmo a versão para PC, disponibilizada via Steam japonês, sofreu as mesmas restrições. Normalmente, jogos de computador não precisam passar pelo crivo do CERO para serem comercializados, mas neste caso a Techland decidiu aplicar os cortes de forma unificada. Apesar das mudanças, a desenvolvedora confirmou que o crossplay entre a versão japonesa e as edições internacionais funcionará normalmente, evitando que as diferenças de conteúdo prejudiquem a experiência multiplayer.
O rigor da classificação CERO
A Computer Entertainment Rating Organization (CERO) é amplamente conhecida por suas políticas extremamente rígidas contra conteúdos violentos, sexuais ou gráficos. O órgão classifica jogos em categorias que vão de “A” (livre para todas as idades) até “Z” (restrito a maiores de 18 anos), sendo esta última equivalente a faixas etárias adultas de outros sistemas globais, como a ESRB nos Estados Unidos e o PEGI na Europa.
No entanto, mesmo obras destinadas exclusivamente a adultos frequentemente enfrentam problemas para atender aos padrões japoneses. Jogos como Dead Space (2023) e The Callisto Protocol sequer foram lançados no Japão, já que as exigências de censura comprometeriam de forma irreparável a experiência pensada pelos desenvolvedores.
Tendência de adaptações para o mercado japonês
O caso de Dying Light: The Beast reflete uma tendência recente: grandes lançamentos internacionais têm precisado passar por adaptações específicas para o público japonês. Embora garanta que títulos violentos alcancem as prateleiras do país, a prática levanta debates entre fãs sobre perda de autenticidade artística e diferenças culturais no consumo de entretenimento interativo.
Para a Techland, a decisão de alterar o conteúdo parece ter sido estratégica, garantindo a presença do jogo em um mercado relevante sem repetir a situação de outros estúdios que desistiram do lançamento no Japão. Ainda assim, para muitos jogadores, a versão japonesa de Dying Light: The Beast representará uma experiência atenuada em relação ao original.
Fora do Japão, o novo capítulo da franquia segue sendo promovido como o mais violento, visceral e imersivo já produzido pela Techland. Ao intensificar o combate corpo a corpo e a atmosfera de terror urbano, Dying Light: The Beast reforça sua identidade como um dos títulos de sobrevivência mais sombrios da atual geração.
Fonte: The Gamer