Yoko Taro revela “truque” para lidar com sua lentidão ao escrever histórias

Yoko Taro revela “truque” para lidar com sua lentidão ao escrever histórias

Criador de Nier admite que demora para concluir roteiros, mas adota estratégias para tornar seu trabalho indispensável em projetos.


Yoko Taro, diretor responsável por franquias como Nier e Drakengard, falou abertamente sobre seu processo criativo em uma entrevista recente ao canal Archipel, no YouTube. Conhecido por narrativas densas e emocionais, o desenvolvedor admitiu que tem dificuldade em escrever rapidamente, algo que considera parte natural de seu estilo — mas que exige certos “truques” para se manter relevante nos projetos.

A lentidão como marca criativa

Segundo o próprio Taro, escrever histórias leva muito mais tempo do que o esperado pelos cronogramas tradicionais da indústria. Para evitar ser descartado por causa desse ritmo, ele recorre a uma estratégia particular:

“Se você é apenas lento, não recebe novas oportunidades ou pode ser deixado de lado. Então eu crio situações em que minha escrita se torna essencial, mesmo quando entrego atrasado”, explicou.

O diretor revelou ainda que costuma mostrar progresso inicial acelerado, para depois reduzir o ritmo e ganhar tempo para refinar o roteiro. “É um pouco injusto, admito, mas é meu método”, comentou, em tom bem-humorado.

Entre o perfeccionismo e o risco

Brincando sobre sua franqueza, Yoko Taro disse que provavelmente seu produtor ficará “furioso” ao saber dessa confissão. Apesar disso, reforçou que esse processo é o que permite polir suas histórias até que alcancem o nível de impacto que deseja. A abordagem pode ser lenta, mas os resultados falam por si: Nier: Automata, lançado em 2017, é lembrado até hoje como um dos jogos mais marcantes da última década por sua narrativa inovadora e emocional. No entanto, o mesmo perfeccionismo ajuda a explicar por que a série ainda não recebeu uma sequência direta, mesmo após oito anos de espera dos fãs.

A fala do diretor reforça a visão de que suas obras carregam uma identidade única, onde a escrita não é apenas parte do jogo, mas o centro de sua experiência. Ao transformar sua própria limitação em um método, Taro reafirma o motivo pelo qual suas histórias continuam sendo referência no mercado.