Square Enix quase mudou a Buster Sword em Final Fantasy 7 Remake, mas manteve design clássico por ser “icônico demais”

Square Enix quase mudou a Buster Sword em Final Fantasy 7 Remake, mas manteve design clássico por ser “icônico demais”

Diretor revela que equipe chegou a discutir uma espada mais realista para Cloud, mas decidiu preservar a identidade visual que marcou gerações de fãs


A Square Enix revelou que uma das decisões mais delicadas durante o desenvolvimento de Final Fantasy 7 Remake envolveu justamente um dos símbolos mais reconhecíveis da franquia: a Buster Sword, arma empunhada por Cloud Strife. Segundo Naoki Hamaguchi, diretor do jogo, a equipe chegou a considerar alterar o design da espada, tornando-a mais realista, antes de concluir que qualquer mudança nesse elemento seria um erro irreversível. Em entrevista recente concedida ao apresentador francês Julien Chièze, Hamaguchi explicou que as discussões surgiram ainda nas fases iniciais do projeto, quando o estúdio buscava equilibrar fidelidade ao original com uma abordagem mais moderna e plausível dentro dos padrões gráficos atuais.

De acordo com o diretor, uma das principais preocupações da equipe era a forma como Cloud maneja a espada durante o combate. A Buster Sword é notoriamente grande e pesada, e no remake o protagonista continua balançando a arma com apenas uma mão, assim como no jogo original de 1997.

“Enquanto fazíamos o Remake, havia esse aspecto do peso. Como Cloud balança a arma com uma mão, isso meio que parecia enfraquecer a sensação de realismo”, comentou Hamaguchi.

A partir disso, surgiram conversas internas sobre a possibilidade de substituir a Buster Sword por uma lâmina mais convencional, que transmitisse melhor a ideia de peso e esforço físico. No entanto, à medida que a equipe analisava o impacto dessa mudança, ficou claro que o custo criativo seria alto demais.

Uma decisão guiada pela memória dos fãs

Segundo Hamaguchi, a conclusão foi quase unânime: a Buster Sword não é apenas uma arma, mas um elemento central da identidade de Final Fantasy 7. Alterá-la significaria romper um vínculo emocional construído ao longo de décadas.

“A Buster Sword era simplesmente icônica demais para ser alterada. Se tivéssemos feito dela apenas uma espada comum, os jogadores não aceitariam”, afirmou o diretor.

A equipe entendeu que, mesmo com eventuais concessões no realismo, preservar o design original era essencial para manter a alma do jogo. Essa decisão reforçou a filosofia adotada no remake, que buscou modernizar sistemas, narrativa e apresentação audiovisual sem descaracterizar os símbolos que tornaram o título um clássico. Curiosamente, manter a Buster Sword em sua forma clássica não agradou apenas aos fãs veteranos. Hamaguchi destacou que o visual exagerado da espada acabou se tornando um ponto de fascínio também para quem nunca havia jogado o Final Fantasy 7 original.

“No final, permanecemos fiéis ao jogo original. Uma nova geração de pessoas se apaixonou pela espada, então acho que foi a decisão certa”, concluiu o diretor.

Para ele, o sucesso do remake mostra que certos elementos funcionam justamente por serem maiores do que a lógica realista permitiria. Enquanto essas discussões vêm à tona, a Square Enix segue trabalhando no terceiro e último capítulo da trilogia de Final Fantasy 7 Remake, que encerrará a releitura do clássico. Embora poucos detalhes tenham sido divulgados até agora, a fala de Hamaguchi reforça que o estúdio segue comprometido em respeitar os pilares visuais e narrativos que definiram a obra original. A permanência da Buster Sword como símbolo máximo de Cloud Strife deixa claro que, em Final Fantasy, a força da iconografia muitas vezes fala mais alto do que o realismo puro.