A Bethesda revelou que a icônica obra “The Longing Argonian Maid” só existe porque os desenvolvedores encontraram brechas criativas nas restrições impostas pelo diretor
Um detalhe curioso sobre os bastidores de The Elder Scrolls III: Morrowind acaba de ser revelado em um documentário produzido pela Filmdeg Miniatures. Segundo o ex-designer Nelson, o diretor executivo da Bethesda, Todd Howard, chegou a impor uma regra durante o desenvolvimento do RPG: “o humor não tem lugar nos videogames”.
A diretriz refletia a visão de Howard de que o universo de The Elder Scrolls deveria se manter sério e imersivo, sem piadas que quebrassem o tom épico da narrativa. No entanto, os próprios desenvolvedores reinterpretaram a regra de forma bem-humorada: “o humor não tem lugar nos videogames… desde que Todd não perceba”.
A gênese da donzela argoniana
Essa “desobediência criativa” resultou na criação de um dos elementos mais icônicos e queridos da franquia: o livro “The Longing Argonian Maid” (A Donzela Argoniana Insaciável), um texto satírico de duplo sentido que os jogadores podem encontrar e ler dentro do universo de Morrowind.
Nelson contou que não lembra exatamente como a ideia surgiu: “Honestamente, pode ter sido depois de um happy hour ou algo assim”. Segundo ele, o conteúdo foi escrito de forma despretensiosa, mas se tornou um clássico instantâneo:
“Podíamos colocar praticamente qualquer coisa no jogo sem que ninguém notasse. Eu fiquei rindo sozinho enquanto escrevia.”
O choque de visões dentro da Bethesda
O caso ilustra bem o choque entre a abordagem séria de Howard e a criatividade espontânea da equipe de design. Enquanto o diretor defendia um RPG sem distrações cômicas, os desenvolvedores encontraram espaço para inserir pequenas doses de humor, que acabaram ajudando a moldar a identidade da série.
Ao longo dos anos, The Longing Argonian Maid se transformou em um easter egg recorrente em jogos da franquia, retornando em diferentes formas em Oblivion e Skyrim. Para muitos fãs, a obra simboliza justamente a riqueza e a irreverência que tornam o mundo de The Elder Scrolls mais humano e memorável.
Lançado em 2002, The Elder Scrolls III: Morrowind é considerado até hoje um dos RPGs mais importantes da história dos videogames, consolidando a Bethesda como referência no gênero de mundos abertos. Além de seu impacto técnico e narrativo, o jogo também ficou marcado por esses pequenos toques criativos da equipe, que conseguiram atravessar décadas como parte da cultura da franquia.
Fonte: Multiplayer.it