Servidores foram desligados apenas duas semanas após o lançamento; ex-membros da equipe apontam falhas de comunicação e pressões financeiras como causas do colapso.
Concord entrou para a história dos videogames, mas não da forma que seus criadores esperavam. O título, lançado com grande expectativa, teve os servidores encerrados apenas duas semanas após a estreia, tornando-se um dos fracassos mais rápidos e emblemáticos da indústria.
Falta de comunicação com o público
Em entrevista ao podcast A Life Well Wasted, ex-desenvolvedores do projeto trouxeram suas perspectivas sobre os motivos que levaram ao colapso. Um deles destacou que a equipe falhou em comunicar sua visão, criando uma desconexão com os jogadores desde o início.
“A parte mais frustrante para mim foi que as pessoas já tinham formado uma opinião sobre o jogo. E isso vinha mais da nossa falha do que da deles, porque fizemos um péssimo trabalho em comunicar o que estávamos tentando fazer”, relatou.
Segundo ele, havia confiança de que, em uma conversa direta, seria possível convencer qualquer crítico a dar uma chance ao jogo — mas a comunicação em massa nunca funcionou.
Expectativas internas e frustração
O desenvolvedor também usou uma metáfora marcante para ilustrar a situação: “Aquele foi o carro mais bonito em que batemos”. A frase reflete a percepção de que, mesmo antes do lançamento, a equipe já sabia que o projeto não conseguiria alcançar os objetivos traçados, mas os custos e investimentos tornaram impossível recuar.
Segundo ele, parte da frustração da comunidade veio da ideia de que os criadores “não percebiam” os problemas. Na prática, porém, a equipe tinha consciência das falhas.
“Sabemos o que está acontecendo. Concordamos com isso metade das vezes. E, na maioria das vezes, simplesmente não é possível, dadas as circunstâncias, os riscos e o investimento já feito.”
Um jogo que não encontrou seu público
Apesar do fracasso, o ex-dev deixou uma mensagem de carinho aos poucos que apreciaram o título. “Fico triste que ele não tenha encontrado seu público de jogadores… Era tão especial. Não trocaria essa experiência por nada”, concluiu.
O colapso de Concord já é visto como um exemplo clássico dos riscos de grandes produções que não conseguem alinhar visão criativa, comunicação com a comunidade e viabilidade comercial. O encerramento precoce expôs os limites da aposta em projetos ambiciosos sem uma estratégia clara de engajamento.
Fonte: Resetera