Criador da franquia revela que a narrativa havia se tornado grande demais e justifica a decisão de recomeçar em Mortal Kombat 1.
A franquia Mortal Kombat é uma das mais longevas e influentes da indústria dos games. O que começou nos anos 90 como um torneio de artes marciais entre reinos rivais acabou se transformando, ao longo das décadas, em uma trama repleta de deuses, viagens no tempo e realidades alternativas. Esse crescimento constante da escala narrativa levou os criadores a um impasse, resultando no reboot oficial realizado em Mortal Kombat 1.
O peso da escala crescente
Em entrevista recente, Ed Boon, co-criador da série, explicou que a necessidade do reset surgiu porque a história havia se tornado complexa demais para continuar de forma coesa.
“Em cada título, queríamos que as apostas fossem maiores, então vinham vilões mais ameaçadores e chefes ainda maiores. Em Mortal Kombat X fizemos um salto temporal, todos os personagens estavam 25 anos mais velhos, tinham filhos e tudo mais. Quando chegamos à Kronika, tínhamos chegado a um ponto tão grandioso e tão amplo, que pensamos: ‘Não conseguimos imaginar alguém ainda maior olhando para tudo isso’”, revelou Boon.
Ele complementou que, após Liu Kang se tornar o novo Deus do Fogo, parecia impossível elevar ainda mais as ameaças sem que a história perdesse o equilíbrio.
“Pensamos: ‘Sabe de uma coisa, vamos tentar reduzir a escala’. Então, o principal motivo para o reset foi porque tudo tinha ficado tão grande, que pensamos que a única direção possível agora seria reduzir novamente.”
Mortal Kombat 1 como ponto de renovação
Com Mortal Kombat 1, lançado em 2023, a NetherRealm Studios estabeleceu uma nova linha narrativa, reorganizando personagens e dinâmicas do universo. A decisão não foi apenas uma forma de simplificar o enredo, mas também de abrir espaço para novas ideias.
Boon destacou que, apesar de resetar a cronologia, o objetivo não era apagar o passado, e sim preparar terreno para o futuro da franquia:
“Existem muitos Mortal Kombats (em alguns Shang Tsung venceu, em outros Liu Kang venceu) e houve esse cruzamento dos dois em Mortal Kombat 1. Queríamos plantar as sementes para histórias que ainda podem ser exploradas.”
O futuro da série
O reboot trouxe novos elementos à mitologia, mas preservou a essência da franquia: a mistura de brutalidade, personagens icônicos e disputas de poder em escala épica. Agora, com a narrativa em um ponto mais contido, os fãs aguardam para ver como a NetherRealm expandirá esse novo universo sem repetir o problema de escala que motivou o reset.
O sucesso de Mortal Kombat 1 demonstra que a aposta em simplificar e reestruturar a história pode ter sido o passo necessário para garantir a longevidade da série, que segue como uma das mais populares do gênero de luta.
Fonte: Eventhubs