Yves Guillemot terá que comparecer ao tribunal de Bobigny em outubro, após decisão movida por sindicato e ex-funcionários da empresa.
A Ubisoft volta ao centro de polêmicas judiciais na França. Yves Guillemot, CEO e cofundador da companhia, foi intimado a comparecer perante o Tribunal de Bobigny no próximo 1º de outubro. A convocação foi feita pelo sindicato Solidaires Informatiques em conjunto com quatro indivíduos, todos já envolvidos em um julgamento anterior relacionado a denúncias de assédio dentro da empresa.
Condenações anteriores de ex-executivos
O novo episódio surge poucos meses após a condenação de três ex-executivos da Ubisoft em junho de 2025, acusados de assédio psicológico e sexual. Entre eles estão nomes de peso da gestão criativa da companhia:
- Serge Hascoët – Ex-diretor criativo (CCO), condenado a 18 meses de prisão suspensa e multa de €45.000 por comportamento indecente, comentários racistas e perguntas de cunho sexual.
- Thomas François – Ex-vice-presidente de serviços editoriais e criativos, recebeu pena de três anos de prisão suspensa e multa de €30.000 por assédio moral e sexual, incluindo tentativa de agressão.
- Guillame Patrux – Ex-designer de jogos, condenado a 12 meses de prisão suspensa e multa de €10.000 por assédio psicológico.
As acusações contra os ex-dirigentes incluíam desde comentários discriminatórios e racistas, até humilhações públicas, intimidação sistemática e assédio de natureza sexual.
Declaração oficial da Ubisoft
Em resposta à nova intimação, a Ubisoft divulgou um comunicado reforçando que o caso já havia sido analisado judicialmente e que o Ministério Público francês não encontrou elementos suficientes para abrir processo criminal contra a empresa ou sua alta gestão.
“Um sindicato e quatro indivíduos emitiram uma intimação para que a Ubisoft compareça ao Tribunal. São as mesmas partes civis e essa intimação se baseia nos mesmos fatos do caso julgado pelo tribunal em junho passado, após investigação do Ministério Público”, diz o comunicado.
“Após essa investigação, e contrariamente às solicitações das partes civis, o Ministério Público decidiu que não havia fundamentos para iniciar um processo criminal contra a Ubisoft ou sua gestão, decisão que confirmou durante suas alegações finais na audiência de junho passado.”
“A Ubisoft continuará a cooperar com o sistema de justiça nesse assunto, como tem feito nos últimos cinco anos na análise dos fatos relacionados a este caso.”
Impacto na imagem da empresa
As denúncias contra executivos de alto escalão abalaram profundamente a reputação da Ubisoft nos últimos anos, levando a uma revisão interna de políticas de conduta e gestão. O caso ainda levanta discussões sobre cultura corporativa tóxica na indústria de games, especialmente em grandes companhias multinacionais.
Agora, com Guillemot intimado a depor, cresce a expectativa de que a Justiça francesa possa aprofundar investigações sobre a responsabilidade da liderança em casos de assédio e abuso dentro da empresa.
Fonte: VGC