O Xbox Game Pass sempre foi exaltado como um dos melhores serviços de assinatura de jogos do mercado, combinando um catálogo robusto com preço competitivo. No entanto, novas declarações do analista Michael Pachter colocam em dúvida o crescimento sustentado da plataforma. Segundo ele, a Microsoft está longe de atingir as metas projetadas anteriormente — e parte disso é culpa da própria empresa.
“Não estão nem perto disso”
Em abril de 2024, Pachter previa que o Xbox Game Pass poderia atingir 200 milhões de assinantes em 10 anos. Mas, um ano depois, ele voltou atrás.
“Não estão chegando nem perto disso”, afirmou em nova análise, citando decisões estratégicas e estruturais que, em sua visão, impediram o serviço de alcançar esse patamar.
O analista destacou que, apesar da lucratividade da Activision Blizzard — adquirida pela Microsoft — a gigante de Redmond não adaptou sua estrutura de produção e distribuição de jogos à proposta de um serviço de assinatura.
“Continuam desenvolvendo jogos do mesmo jeito que sempre fizeram, e o Game Pass também não evoluiu desde que foi lançado.”
Aumento de preços e desistência do público
Pachter criticou diretamente o aumento recente do plano Game Pass Ultimate para consoles, que passou de US$ 15 para US$ 20 mensais, sem acréscimos significativos no catálogo.
“Subiram o preço sem aumentar de forma significativa o conteúdo. Resultado: muita gente desistiu de comprar Xbox, assinava o Game Pass só pra jogar Call of Duty de graça e depois cancelava.”
Esse movimento, segundo ele, teve o efeito oposto ao desejado: afastou usuários em vez de fidelizá-los.
Além disso, o analista defende que a Microsoft está desperdiçando seu potencial de engajamento familiar ao ignorar títulos mobile que poderiam compor o ecossistema do Game Pass.
“Quem paga 20 dólares por mês no Game Pass talvez não jogue Candy Crush, mas a mãe, a esposa ou o filho dessa pessoa podem querer. Isso faz a família inteira participar.”
Entre os títulos citados como oportunidades perdidas estão Diablo Immortal, Call of Duty: Warzone e Candy Crush, todos com enorme alcance nos dispositivos móveis — e sob o guarda-chuva da Microsoft após a aquisição da Activision.
Um Game Pass em transição
As críticas de Pachter evidenciam a necessidade de um redesenho estratégico. A Microsoft já vem adotando medidas mais agressivas, como levar jogos do Xbox para outras plataformas — Forza Horizon 5 e Gears of War: Reloaded são os primeiros exemplos concretos. Resta saber se essas mudanças serão suficientes para alavancar o crescimento do Game Pass, que, embora continue forte, parece ter perdido fôlego frente às expectativas de expansão massiva. Para Pachter, o sucesso do serviço dependerá de uma reinvenção real — e não apenas de ajustes pontuais.