Switch 2: Lançamento recorde da Nintendo – mas os estúdios third party também lucraram com o sucesso?

Switch 2: Lançamento recorde da Nintendo – mas os estúdios third party também lucraram com o sucesso?

Após oito anos de vida e mais de 150 milhões de unidades vendidas, o Nintendo Switch finalmente ganhou um sucessor. No dia 5 de junho de 2025, o Switch 2 chegou às lojas com números impressionantes: em apenas quatro dias, o novo console alcançou a marca de 3,5 milhões de unidades vendidas, estabelecendo um novo recorde de lançamento para a empresa japonesa.

O feito chama ainda mais atenção se considerarmos que apenas um título exclusivo da Nintendo estava disponível no lançamento — Mario Kart World. Ainda assim, a biblioteca inicial do console foi consideravelmente maior do que a do Switch original, graças ao empenho de estúdios terceirizados que adaptaram diversos jogos para o novo hardware. A grande dúvida, no entanto, é: esse lançamento estrondoso também foi vantajoso para os estúdios parceiros da Big N?

A participação dos jogos third party no início do Switch 2

Não é surpresa que Mario Kart World tenha dominado as vendas logo de cara. O jogo vendeu mais de 780 mil cópias apenas no Japão e, nos Estados Unidos, foi adquirido por 79% dos primeiros compradores do Switch 2. Além disso, a Nintendo reforçou seu portfólio relançando sucessos como The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom em versões otimizadas para o novo console.

Nos EUA, 62% das vendas físicas de jogos para Switch 2 (sem contar o bundle com Mario Kart) foram de títulos da própria Nintendo, enquanto no Reino Unido essa fatia ficou em 48%. Apesar de expressivos, esses números mostram uma redução em relação ao lançamento do primeiro Switch, onde os jogos da Nintendo representaram 81% e 89% das vendas nesses mercados, respectivamente.

Entre os títulos de estúdios externos, o maior destaque foi Cyberpunk 2077, que superou as vendas de estreia da versão de The Witcher 3 para Switch. A Sega também conquistou uma boa posição como a terceira maior publicadora no lançamento do novo console. Um dado curioso: mais de 80% dos jogos foram adquiridos em mídia física.

Desafios persistem para os estúdios terceirizados

Apesar do desempenho superior em relação ao lançamento do Switch original, o cenário ainda está longe de ser ideal para as third-parties. Segundo dados do portal The Game Business, muitos títulos tiveram desempenho abaixo do esperado. Uma das desenvolvedoras afirmou que as vendas ficaram “abaixo até mesmo das nossas projeções mais pessimistas”.

Essa disparidade pode ser explicada por alguns fatores. O Switch original chegou ao mercado com apenas cinco jogos físicos, enquanto o Switch 2 foi lançado com 13. Além disso, cerca de 80% das vendas do novo console vieram do pacote com Mario Kart World, o que sugere que a maioria dos usuários optou por garantir o jogo principal junto com o aparelho — e, provavelmente, não investiu em mais títulos no início.

Outro ponto que impacta os estúdios third party é a retrocompatibilidade do Switch 2. Jogos populares do console anterior rodam ainda melhor no novo hardware, oferecendo aos consumidores uma vasta biblioteca de opções já conhecidas, o que naturalmente desvia a atenção de lançamentos recentes, especialmente os ports.

Vale ainda lembrar que boa parte dos jogos de terceiros utilizou os novos cartões híbridos de acesso, que exigem downloads adicionais para rodar completamente — algo que muitos jogadores não consideram prático. Nesse cenário, Cyberpunk 2077 chamou atenção justamente por ser oferecido em cartucho completo, o que pode ter influenciado positivamente seu desempenho.

Por fim, a ausência de análises e reviews no lançamento, já que a Nintendo não disponibilizou antecipadamente o Switch 2 para a imprensa, também pode ter prejudicado a visibilidade de outros títulos. Sem feedback da mídia especializada, muitos jogadores preferiram não arriscar, apostando no seguro: Mario Kart World.