Doom: The Dark Ages abandona as mortes por glória e revela o motivo por trás da mudança

Doom: The Dark Ages abandona as mortes por glória e revela o motivo por trás da mudança

Doom: The Dark Ages, próximo capítulo da icônica franquia de tiro da id Software, chega em 15 de maio para PC e consoles da nova geração. A nova aventura, ambientada em um universo medieval sombrio, promete oferecer uma experiência brutal e visceral com direito a batalhas nas costas de um dragão mecânico, elementos de bullet hell e uma narrativa prequel que explora as origens do lendário Doom Slayer. No entanto, uma das mudanças mais marcantes em relação aos títulos anteriores é a remoção completa do tradicional sistema de mortes por glória — e os desenvolvedores têm uma justificativa clara para isso.

Fim das mortes por glória: decisão pensada no ritmo e no design do novo jogo

Introduzido em Doom (2016) e mantido em Doom Eternal (2020), o sistema de glory kills permitia eliminar inimigos atordoados com execuções cinematográficas, recompensando o jogador com itens como saúde, armadura ou munição. Apesar de se tornar uma marca registrada da jogabilidade moderna da série, a mecânica não estará presente em The Dark Ages.

Segundo o diretor criativo Hugo Martin, a decisão foi motivada pelo novo estilo de combate adotado no jogo. Com áreas mais amplas e hordas ainda maiores de inimigos na tela, obrigar o jogador a parar repetidamente para executar animações específicas se tornou contraproducente.

“A proposta aqui é dar mais liberdade ao jogador. Com tantos inimigos simultaneamente, forçar essas pausas contínuas tornou-se algo cansativo.”

-explicou Martin.

Novo sistema foca em fluidez e impacto visual

Embora as mortes por glória tenham sido descartadas, Doom: The Dark Ages não está deixando de lado a brutalidade que caracteriza a série. O estúdio desenvolveu um novo sistema que permite eliminar vários inimigos atordoados de forma sequencial e sem interrupções. A ideia, segundo Martin, é oferecer uma sensação de poder ininterrupto — algo próximo do impacto visual da famosa cena de batalha do filme 300, onde Leônidas rompe uma linha inimiga em câmera lenta.

“Queremos que o jogador se sinta assim.”

-comentou.

Essa nova abordagem vem sendo testada internamente há anos, mas até então não havia encaixado bem com os jogos anteriores. Em Doom Eternal, por exemplo, a equipe até chegou a experimentar versões aceleradas do glory kill, tentando facilitar mortes em cadeia. No entanto, Martin reconhece que a execução não foi satisfatória.

“Era comum eliminar um inimigo e ver o próximo já fora do estado de atordoamento. Isso quebrava o ritmo”

-afirmou.

Uma mudança ousada, mas coerente com a proposta

Remover uma mecânica tão emblemática pode parecer arriscado, mas a id Software demonstra confiança de que a decisão tornará o combate mais dinâmico e adaptado ao novo escopo do jogo. Ao trocar execuções coreografadas por fluidez em larga escala, Doom: The Dark Ages parece mirar em uma experiência ainda mais agressiva e caótica — algo que sempre esteve no DNA da franquia, mas agora reinterpretado sob uma nova perspectiva.

Resta aos fãs decidirem se essa reformulação representa uma evolução ou uma perda da identidade moderna da série. O certo é que, mais uma vez, Doom promete desafiar as convenções do gênero com ousadia e sangue nos olhos.