The Sinking City 2: Nova abordagem no combate, poder da Unreal Engine 5 e desenvolvimento em meio à guerra – Entrevista com a Frogwares

The Sinking City 2: Nova abordagem no combate, poder da Unreal Engine 5 e desenvolvimento em meio à guerra – Entrevista com a Frogwares

A Frogwares retorna às suas raízes com The Sinking City 2, um jogo que mantém o clima sombrio, elementos sobrenaturais e mecânicas investigativas, mas agora com mudanças significativas na jogabilidade e na parte técnica. O título está sendo desenvolvido sob circunstâncias desafiadoras, mas já conta com grande apoio da comunidade.

A campanha de financiamento coletivo no Kickstarter é um sucesso, arrecadando mais de 387.000 euros — quase quatro vezes o valor inicialmente previsto — faltando ainda duas semanas para o encerramento. No entanto, mais do que apenas um reforço financeiro, essa iniciativa tem um papel fundamental ao aproximar os jogadores do processo de criação.

Em entrevista ao Wccftech, Sergiy Oganesyan, diretor de publicação da Frogwares, compartilhou detalhes sobre a evolução da jogabilidade, as vantagens do uso da Unreal Engine 5 e os desafios de desenvolver um jogo em meio a uma guerra.

Combate Como Pilar Central da Jogabilidade

Diferente do primeiro jogo, onde o combate era um aspecto secundário, The Sinking City 2 coloca os confrontos no centro da experiência. A equipe busca tornar cada golpe impactante, trabalhando minuciosamente em efeitos visuais, design de som, recuo e reações dos inimigos.

Uma das inovações é o “sistema de corpo ferido”, que adiciona uma segunda camada sob a pele dos oponentes, composta por músculos, ligamentos e sangue. Essa tecnologia permite reações realistas a ataques e incêndios, aumentando a intensidade dos combates.

Além disso, o jogo contará com mecânicas de combate corpo a corpo e movimentos evasivos, elementos que representam um grande desafio para a equipe, já que o combate agora é um dos pilares centrais da jogabilidade.

Nova História e Mudanças no Universo do Jogo

Embora The Sinking City 2 mantenha o cenário de uma América da década de 1920 afetada por um evento sobrenatural, a história será completamente independente do primeiro jogo. Nem o protagonista Charles Reed, nem a cidade de Oakmont retornarão, tornando o jogo mais acessível para novos jogadores.

No entanto, veteranos da franquia poderão encontrar referências e “easter eggs” que conectam os dois títulos de forma sutil.

O Poder da Unreal Engine 5

Desde o início do desenvolvimento, The Sinking City 2 foi projetado na Unreal Engine 5, o que possibilitou à Frogwares reformular suas ferramentas internas e melhorar a qualidade visual do jogo.

O uso de Lumen proporciona sistemas de iluminação e reflexos mais realistas, o que se destaca especialmente nos ambientes úmidos do jogo. Já a tecnologia Nanite permite a implementação de modelos 3D extremamente detalhados sem comprometer o desempenho, essencial para a atmosfera densa e os cenários complexos do jogo.

Diferente do primeiro título, The Sinking City 2 não será um mundo aberto, mas apresentará áreas amplas e ricas em detalhes, equilibrando a exploração com a narrativa e os desafios de sobrevivência.

Testes e Envolvimento da Comunidade

Para refinar a experiência, a Frogwares vem realizando testes fechados com membros selecionados da comunidade. O feedback desses jogadores tem sido essencial para aprimorar mecânicas e ajustes no jogo.

Por enquanto, ainda não há previsão de quando o público terá acesso a uma demonstração mais ampla, pois o projeto ainda está em estágios iniciais.

Desenvolvimento em Meio à Guerra

A criação de The Sinking City 2 acontece em meio a um cenário extremamente desafiador: a guerra na Ucrânia.

A equipe travalha desde 2022, majoritariamente de forma remota, lidando com riscos constantes e dificuldades diárias.

“Ataques com foguetes e drones ocorrem quase todas as noites”

-relatou Oganesyan.

“Ontem mesmo, cerca de 20 drones atacaram a cidade de Kropyvnytskyi. Em Kiev, não conseguimos dormir sem ouvir as defesas aéreas tentando impedir outro ataque.”

Apesar das adversidades, a Frogwares mantém o compromisso de seguir adiante com o projeto:

“De certa forma, nos acostumamos, mas não de um jeito saudável. Você apenas aceita e tenta continuar, sem saber se sua sorte vai acabar em breve.”

Lançamento e Suporte às Novas Plataformas

The Sinking City 2 está previsto para ser lançado para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S. Diferente de muitos títulos recentes, o jogo não terá uma fase de acesso antecipado; em vez disso, o estúdio aposta nos testes fechados e no feedback da comunidade.

Além disso, a Frogwares estuda a possibilidade de otimizar o jogo para o PS5 Pro, embora ainda não tenha detalhado quais melhorias essa versão poderia trazer.

Com uma abordagem renovada para o combate, visuais aprimorados pela Unreal Engine 5 e uma nova narrativa independente, The Sinking City 2 promete expandir a experiência do primeiro jogo, mantendo sua essência investigativa e seu clima de terror psicológico.