E sim fiz uma reparação histórica assistindo finalmente Alita Anjo de Combate e digo na minha análise abaixo o que achei desse filme.
Antes umas curiosidades, vocês sabiam que James Cameron tinha um desejo de dirigir e adaptar esse mangá para as telonas? Só não foi possível devido a agenda do mesmo entre as gravações de Avatar e assim ele passou o bastão para o Robert Rodriguez e ficando apenas no papel de produtor do filme.
Para quem não sabe, “Alita: Anjo de Combate” ( Alita: Battle Angel ) é um filme de ficção científica lançado em 2019 e baseado no mangá Gunnm de Yukito Kishiro. A história se passa em um futuro distópico e acompanha Alita, uma ciborgue sem memória que busca sua identidade enquanto descobre suas habilidades de combate profissional.
A construção do mundo totalmente cyberpunk
O filme se passa no século XXVI, em um mundo pós-apocalíptico onde uma sociedade está dividida entre duas grandes áreas:
- Zalem: A cidade flutuante, representando a elite, a riqueza e o poder.
- Cidade de Ferro: Uma metrópole decadente abaixo de Zalem, onde vivem os marginalizados, ciborgues e operários que sustentam uma cidade flutuante sem esperanças de subir até ela.
Essa divisão reforça um tema clássico cyberpunk: desigualdade socialonde uma elite controla os avanços tecnológicos enquanto o resto da população luta para sobreviver. Visualmente, o filme captura bem essa dualidade, com a Cidade de Ferro tendo um design sujo, orgânico e cheio de vida, contrastando com a estética limpa e minimalista de Zalem que mal aparece no filme mas já passa a sensação de poder.

A tecnologia desempenha um papel central na sociedade, desde aprimoramentos cibernéticos até o brutal esporte Motorball que por sinal é pouco explorado devido ao andamento do filme que precisa focar na jornada de Alita, eu gostaria de ter visto mais desse Motorball.
Alita em busca do seu verdadeiro eu
Alita é apresentada como um ser incompleto, uma ciborgue sem memória encontrada e reconstruída pelo Dr. Dyson Ido e desde o início, Alita se comporta como uma criança inocente, curiosa e empolgada com o mundo ao seu redor. No entanto, conforme vai descobrindo suas habilidades de combate e sua verdadeira natureza como guerreira, ela passa por um processo de amadurecimento.

A construção da identidade de Alita gira em torno da pergunta: “O que significa ser humano?” . Embora seja uma ciborgue com um cérebro humano, sua trajetória sugere que a humanidade não está no corpo, mas nas emoções, escolhas e valores.
Fora que apesar de ser um filme de ficção científica, ele passa muitos temas filosóficos a respeito do que pensamos e agimos durante a nossa vida como;
A relação entre corpo e identidade, desigualdade social e controle, livre- arbítrio e destino entre outros temas bem profundos que faz esse filme passar as duas horas muito rápido.

Enredo em relação a adaptação do Mangá
O filme tenta condensar vários arcos da história original em menos de duas horas, o que leva a uma narrativa acelerada e, em alguns momentos, apressada. Embora a construção do mundo seja interessante, alguns aspectos da trama, como o romance entre Alita e Hugo, parecem desenvolvidos rapidamente. No entanto, a jornada de Alita em busca de sua identidade e sua evolução como guerreira são bem trabalhadas, mas deixando aquele gostinho de quero mais e sabemos que não vamos ter até então.

Alguns pontos técnicos
O Roteiro do filme sofre em alguns momentos por tentar passar em apenas duas horas muita coisas referente a construção do mundo e a jornada da Alita, tornando um filme apressado e sem um final conclusivo.
Rosa Salazar brilha como Alita , trazendo emoção e carisma ao personagem. A tecnologia de captura de movimento permite que suas expressões sejam incrivelmente realistas, mesmo a estética dos olhos que causou estranheza no público que via os trailers na época se tornou algo normal e fiquei bem imersivo nesse mundo que tudo era da mais perfeita naturalidade deste mundo.

A trilha sonora é funcional, mas não satisfatória. O ponto alto do filme, sem dúvida, são os efeitos visuais. A renderização de Alita, o design das lutas e a ambientação fazem do filme um espetáculo visual, reforçando que gostaríamos de ver mais ainda deste mundo e continuar a saga de Alita.
Considerações finais
Alita: Anjo de Combate é um filme visualmente espetacular, com uma protagonista forte e temas profundos, mas que sofre com limitações narrativas e apressado, um totalmente intrigante na melhor qualidade de um filme que passa um futuro cyberpunk e que te deixa com mais vontade de saber mais sobre, como adaptação o esforço é perceptível para que o telespectador entenda e sinta-se imersivo com a jornada de Alita, mas infelizmente sofre com um final não conclusivo e para saber mais sobre recomendo ir atrás do Mangás.
Recomendo aos consagrados e acredito que mesmo com esses pontos negativos no geral o filme é muito bom e vale a pena assistir se ainda não deu essa chance, está disponível na Netflix e Disney+