Olá meus grandes amigos, bem-vindos a mais uma review, hoje vamos falar muito de Black Myth Wukong ou para os mais chegados o jogo do Macaco.Um jogo que alcançou a marca de 10 milhões de copias vendidas em apenas 3 dias, que bateu o recorde de acessos na Steam com quase 2,500,00 de usuários simultâneos.
Foram 60 horas muito bem jogadas, com quase todos os segredos descobertos, e acho que agora posso falar muito a respeito.
Por isso relaxem, se acomodem que a review está começando.
Introdução
Um Guerreiro poderoso desafiando deuses logo quando damos play no jogo, isso não é nenhuma novidade. Vimos isso acontecer em God of War e uma palavra que sempre definiu muito bem os jogos protagonizados por Kratos. Em 2019, tivemos o lançamento de Sekiro: Shadows Die Twice, um frenético soulslike que une um combate ágil e que exige o máximo de precisão do jogador com a dificuldade e excelentes batalhas contra chefes de outros títulos da FromSoftware.
E se uníssemos os principais elementos de ambos os jogos e colocássemos um dos maiores nomes da mitologia chinesa nesse resultado? Bom, eu acho que isso se chama Black Myth: Wukong.
O game surgiu na Internet em um trailer lindo, com gráficos estonteantes e um combate bastante fluido. Lançado como jogo de estreia do polêmico estúdio chinês Game Science, que chamou atenção não apenas por Black Myth: Wukong, mas também por se envolver em acusações polemicas. O título tem como pontos fortes os visuais e gameplay, mas nem tudo são flores.
Por conta dos gráficos sensacionais no início, muitos jogadores pensaram que Black Myth seria uma farsa e apenas mais um daqueles belíssimos games que surgem na Internet, que nunca chega a ver a luz do dia. Sobre isso, sim, Black Myth: Wukong é muito real, eu joguei e posso dizer: embora a história não seja tão brilhante, Black Myth se destaca com um combate extremamente divertido e um desafio nível soulslike — apesar de o estúdio definir que o jogo não pertence a esse subgênero.
Em linhas gerais, me diverti muito ao longo da aventura e tive uma experiência muito prazerosa, se não fossem os travamentos e crashes que presenciei, o jogo seria quase perfeito, e sim a minha a análise foi feita na versão de PS5.
Me tornando o lendário Rei Macaco
De cara, ao começar um novo jogo, Black Myth: Wukong me trouxe a mais pura sensação de estar jogando um God of War, principalmente os títulos da saga grega, em que Kratos é completamente maluco e só quer saber apenas de matança e de desafiar os deuses. Na introdução do jogo controlamos Sun Wukong, o lendário Rei Macaco, surpreendido por uma investida da Corte Celestial, embora ele só esteja buscando paz.
Aqui começa a jornada, com uma batalha que me deixou extremamente empolgado e deu uma prévia do que veria ao longo das mais de 60 horas de gameplay que o jogo oferece. Este trecho inicial também serve como um tutorial para apresentar o excelente combate que Black Myth: Wukong traz. Temos ataques leves e pesados, que combinados formam poderosos combos, além de um pequeno, mas útil, acervo de magias como paralisação, para tornar seus inimigos em pedra para impedir ataques e transformações em seres da mitologia chinesa com afinidade elemental.
A batalha do tutorial é fácil e não tive dificuldades em vencê-la, porém, de alguma forma, Sun Wukong é derrotado e selado em uma rocha. Anos se passam, e então surge o Macaco Predestinado, protagonista do jogo. Neste ponto da trama recebo a missão de unir as cinco relíquias do Rei Macaco e o dever de me tornar a lenda da mitologia chinesa.
Essa é a premissa da história que corre ao longo de seis capítulos. Ao final de cada um dos episódios da trama temos belíssimas animações de estilos diferentes — de desenhos cartunescos e até stop-motion. Todas elas contam com trilhas sonoras encantadoras e servem para adicionar camadas de profundidade à narrativa do jogo, que não é o destaque, mas funciona muito bem em conduzir a espetacular jogabilidade. Essas cenas de final de capítulo foram a umas das minhas partes favoritas em todo o jogo.
Sobre a visão, ângulos das câmeras e informações da lore
Os Ângulos de câmera são um problema em muitos momentos do jogo e quando o Predestinado se esgueira em passagens estreitas, por exemplo, a câmera se posiciona de forma estranha e demora a voltar para as costas do personagem — isso também ocorre na hora de abrir baús e principalmente em batalhas perto de paredes, isso atrapalha muito, as vezes você perde totalmente a visão do personagem e as vezes também acaba morrendo por isso. Na minha opinião esse seria o primeiro ponto a ser tratado no jogo.
Um segundo problema, seria para maior compreensão da história e da mitologia de cada oponente ou aliado apresentado durante a trama, há um grande códice com informações de personagens, inimigos e chefes. É uma ferramenta muito útil, mas que na versão de que joguei estava bugada. Alguns inimigos não tinham uma página traduzida para o português e suas informações estavam em inglês, enquanto outros estavam completamente em mandarim. Espero que arrumem isso nos próximos patchs.
Uma Jornada ao Oeste
Ciente do nosso objetivo, comecei minha Jornada ao Oeste em busca das relíquias do Rei Macaco. Como mencionado anteriormente, o jogo é dividido em seis capítulos e cada um deles se passa em um grande mapa aberto com diversas rotas. A exploração é bastante livre, mas os objetivos para progressão permanecem lineares, o que me agradou muito por estar um tanto quanto cansado de experiências de mundo aberto. Para termos um vislumbre das belas áreas do jogo há pontos de meditação, locais em que o predestinado pode descansar, refletir e ter uma visão do que existe ao redor daquela área. Quando usados, esses locais de meditação concedem um ponto de habilidade.
Essas grandes áreas são representadas por diversos biomas. O primeiro capítulo, por exemplo, se passa em uma área florestal, enquanto o segundo vai para um deserto, e isso é apenas uma amostra da variedade de cenários lindos e ricos em detalhes de Black Myth: Wukong. Em alguns momentos senti que faltou um pouco de incentivo na hora de sair caçando itens e tesouros para facilitar a minha jornada, porque os melhores equipamentos, como armas e armaduras, são obtidos e criados nos santuários (o equivalente às bonfires do jogo), o que torna a busca por itens pelo mapa um pouco ruim as vezes, embora ainda existam recompensas úteis.
Existem NPCs espalhados ao longo dessas áreas e capítulos, são poucos, porém importantes e a maioria deles tem quests interessantes e que inclusive que levam a áreas secretas do jogo. Outros NPCs fixos basicamente estão ali para esclarecer algumas questões da história ou dar suporte na função de lojistas, como o Macaco Shen, responsável por melhorar nosso Porongo (a famosa cabaça de Sekiro), que possui variantes que podem ser trocadas e cada uma delas tem uma característica de cura, como recuperar determinada porcentagem de vida e dar algum outro tipo de habilidade.
O jogo soulslike que se encaixa em um “souls lite”
Usei termos de Dark Souls propositalmente para evidenciar as semelhanças que Black Myth: Wukong tem com outros soulslikes. Desde o primeiro trailer o jogo foi comparado a Sekiro, o que é muito justo, afinal, ambos se beneficiam de um combate extremamente ágil, uma longa lista de chefes dividida entre subchefes e bosses principais (vamos falar mais sobre esses embates mais à frente).
A jogabilidade do título da Game Science se assemelha a Sekiro em muitos níveis. O que mais difere as obras é que Black Myth: Wukong não tem defesa e o aparo se pega com uma habilidade e que tem cooldown para ser utilizada. Para evitar ataques podemos apenas desviar, usar o giro do bastão para evitar projéteis ou usar a magia Rigidez Pétrea (que seria o Parry), que se acionada no momento certo, anula o dano que seria recebido. Um elemento bastante divertido são as transformações, sejam as mágicas, em que você se transforma em algum Yaoguai com afinidade elemental, ou as de espírito, nas quais você assume a forma espiritual de um ser que dará um ataque único e de alto dano.
Diferentemente de Dark Souls e Elden Ring, Black Myth: Wukong usa um sistema de árvore de habilidades bastante extenso. É possível distribuir pontos para magias, ataques, estatísticas e habilidades de postura do bastão.
A progressão de fases é semelhante à de um soulslike: você explora o mapa, enfrenta inimigos comuns e alguns mais fortes, abre alguns atalhos, luta contra chefes e minichefes e tudo converge em uma grande boss fight estonteante de alta dificuldade para conquistarmos a relíquia de Sun Wukong daquele capítulo. Em muitos momentos Black Myth: Wukong se parece com um soulslike. Joga de modo semelhante a um título do subgênero dos RPGs de ação. Porém, como a própria Game Science define, ele não é um soulslike, apesar da alta dificuldade de algumas batalhas que me deixaram você travado por tempo determinado em cada chefe, que acabam dando a mesma sensação frustração, raiva e grande felicidade de vitória quando mata um chefe. Há outras inúmeras semelhanças com títulos da FromSoftware e até mesmo com Nioh, da Team Ninja.
Para um jogo que não se vende como um soulslike, Black Myth: Wukong deveria trazer uma experiência mais amigável. É estranho a Game Science não querer posicionar o jogo como um soulslike, porque haveria espaço para ele ser um dos melhores da categoria, enquanto em um mar de RPGs ele é só mais um ótimo jogo, mas que não está presente entre o estilo do gênero.
As partes técnicas estragam experiência?
Apesar dos belíssimos visuais e ótimo combate, nem tudo são flores em BMW. Até este ponto, eu tinha muitos elogios ao título da Game Science, mas a parte técnica do jogo beira o desastroso e não estou falando de problemas gráficos, muito menos de bugs ou problemas de jogabilidade que frustram a experiência, como foi o caso do lançamento de Cyberpunk 2077, mas sim de travamentos e crashes que me forçaram a fechar o jogo.
Precisei fechar o jogo e reiniciar uma batalha de chefe várias vezes que estava praticamente ganha porque o jogo havia crashado. No primeiro momento achei isso normal, afinal, um crash ou outro é um pouco comum numa versão de pré-venda antes dos primeiros patches de correções, mas após sofrer muitas vezes com esses travamentos, ficou evidente que é um problema de otimização que a Game Science precisa resolver o quanto antes. Eu só consegui passar desse chefe inclusive pois eu estava jogando no modo equilíbrio sem querer, pois eu estava fazendo um teste nas versões desempenho e performance e acabei esquecendo de trocar. Mas assim que voltei para o modo desempenho eu consegui passar, sendo que realmente o problema está na configuração equilíbrio.
Há também momentos em que o jogo apresenta alguns engasgos e quedas de frames. Infelizmente, isso é bastante frequente nas batalhas, principalmente contra oponentes que se locomovem rapidamente de um lado a outro da tela, o que torna algumas lutas irritantes e frustrantes.
Conclusão
Black myth Wukong conseguiu mudar muito minha opinião referente a segredos no jogo, isso me incentivou a querer explorar cada vez mais, pois sempre tem uma grande surpresa em cada capítulo.
Tem tudo para ser um dos nomes da disputa de Jogo do Ano de 2024, apesar de pecar no quesito técnico. A história é muito bem contada traz personagens interessantes, mas não tão brilhantes, o que deixa margem para o excelente combate roubar os holofotes com ótimas batalhas de chefe e uma variedade de inimigos espetacular. Eu fiquei impressionado com cada capítulo, pois sempre aparecia inimigos diferentes. O game é um admirável convite para os jogadores conhecerem mais sobre a riquíssima mitologia chinesa, confesso inclusive que fiquei com vontade de saber mais sobre a Jornada ao Oeste. Pois fico pensando se vai sobrar história para uma continuação pois eu queria muito.
Nota 9.0 para esse jogão e se torna um MustPlay altamente recomendado.
Eu vou ficando por aqui, meu muito obrigado e até a próxima review, valeu meus amigos!
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