Silent Hill f: autor diz que horror do jogo nasce da relação entre homens e mulheres

Silent Hill f: autor diz que horror do jogo nasce da relação entre homens e mulheres

Ryukishi07 explica por que a presença feminina é essencial na narrativa e como isso molda o terror psicológico do novo capítulo da franquia


No universo sombrio de Silent Hill f, lançado em setembro de 2025, o horror não é só neblina e monstros, ele nasce de uma perspectiva profundamente humana. Em entrevista recente, o autor Ryukishi07, conhecido pelo trabalho em When They Cry, explicou por que as personagens femininas e a dinâmica entre os gêneros são centrais para o terror do jogo — uma visão que influencia toda a narrativa e seu impacto emocional. 

Para Ryukishi07, mulheres não são apenas figuras dentro da história; elas são eixo narrativo e emocional do horror. Ele afirmou que o sexo oposto representa algo que ele respeita, admira e ao mesmo tempo teme — uma combinação de fascínio e medo que, segundo ele, alimenta o horror mais eficaz. 

O roteirista disse que, ao longo de sua carreira, nunca conseguiu completar uma história de terror sem a existência de personagens femininas, porque para ele essa relação é uma fonte essencial de conflito e profundidade emocional. Ele descreveu esse medo e reverência como interligados, enfatizando que horror, para ele, é uma forma de expressar respeito pelas complexidades humanas que as mulheres representam em suas histórias. 

Esse enfoque não é apenas uma opinião isolada: Silent Hill f ambienta sua narrativa no Japão dos anos 1960, explorando normas sociais e expectativas sobre mulheres como parte integrante da atmosfera opressiva do jogo. A protagonista Hinako, junto com outras personagens femininas, enfrenta não apenas monstros externos, mas também pressões sociais e medos internos que ressoam com a proposta de horror psicológico do título. 

A abordagem de Ryukishi07 rompe com algumas tradições de Silent Hill, afastando-se do foco tipicamente ocidental da série para mergulhar em temas culturais e relacionais que exploram os medos mais íntimos dos personagens — e, por extensão, dos jogadores. 

Enquanto alguns fãs debatem se essa perspectiva mais introspectiva e centrada na experiência feminina redefine ou expande o horror clássico da franquia, não há dúvida de que Silent Hill f usa essa visão para construir um terror que é tanto emocional quanto perturbador, um tipo de horror que vai muito além de sustos superficiais e se instala na psique. 

Silent Hill f foi lançado em 25 de setembro deste ano para PS5, Xbox Series X/S e PC. Com uma nota de 86, o jogo de terror alcançou a mesma alta classificação do aclamado remake de Silent Hill 2.