Yoko Taro revela dificuldades para lançar novos jogos e discute cancelamentos de projetos

Yoko Taro revela dificuldades para lançar novos jogos e discute cancelamentos de projetos

Diretor de Nier explica que limitações financeiras e decisões de editoras impedem concretização de novas produções


Yoko Taro, renomado diretor por trás da série Nier, compartilhou durante a G-CON 2025 os desafios enfrentados para concretizar novos projetos de jogos. Durante o painel, que contou com a presença de Hideki Kamiya, criador de Okami, Taro refutou acusações de preguiça por parte dos fãs, apontando que o verdadeiro problema são os frequentes cancelamentos de seus projetos.

“Frequentemente me perguntam coisas como ‘Por que você não está fazendo uma nova sequência de NieR?’ ou ‘Yoko Taro não está fazendo nada’. Recentemente, muitos projetos nos quais estive envolvido foram descontinuados no meio do desenvolvimento”, afirmou o diretor japonês, destacando a frustração de ter ideias que não chegam a se materializar devido a restrições externas.

Restrições comerciais e decisões da Square Enix

Em resposta às declarações, Jacob Navok, ex-diretor de negócios da Square Enix, comentou no X que a publicadora gostaria de investir em mais jogos de Yoko Taro, mas que “o tamanho da audiência não é grande o suficiente para os custos”. A declaração surpreende, considerando que Nier: Automata já ultrapassou 9 milhões de cópias vendidas desde seu lançamento. Navok esclareceu posteriormente que o comentário se referia a outras franquias canceladas, não relacionadas a Nier:

“Não estou brincando. A Square Enix está no negócio de fazer jogos lucrativos. Se eles achassem que o jogo daria lucro, eles o publicariam. O artigo citado é sobre jogos cancelados; note que não estavam discutindo Nier especificamente.”

Desde o sucesso de Nier: Automata, Yoko Taro lançou apenas dois projetos menores:

  • Voice of Cards – RPG de construção de decks
  • 404 Game Re:set – jogo mobile estilo gacha

Ambos são títulos de menor orçamento e escala reduzida, em contraste com a complexidade e investimento de um jogo AAA completo, demonstrando o desafio de equilibrar criatividade com viabilidade financeira.


A situação de Yoko Taro ilustra um dilema enfrentado por muitos desenvolvedores de renome: mesmo após alcançar um sucesso crítico e comercial, novos projetos originais enfrentam barreiras significativas, pois grandes editoras tendem a priorizar franquias consolidadas e produtos de retorno financeiro previsível. O caso evidencia as tensões entre inovação criativa e pressões comerciais, mostrando que, no setor de games, a notoriedade de um criador nem sempre garante liberdade para desenvolver títulos fora do mainstream ou experimentar novas ideias narrativas e mecânicas.