EA rompe tradição e transforma franquia F1: adeus aos lançamentos anuais, olá ao modelo de plataforma

EA rompe tradição e transforma franquia F1: adeus aos lançamentos anuais, olá ao modelo de plataforma

Empresa confirma que o F1 25 será a base para a próxima temporada e inaugura o primeiro ciclo híbrido da história da série, abandonando de vez o antigo modelo anual.


A Electronic Arts tomou uma decisão que muda radicalmente o futuro da franquia Fórmula 1 e talvez de seus jogos esportivos como um todo. Pela primeira vez em décadas de tradição, a EA está abandonando o formato anual de lançamentos para transformar a série F1 em uma plataforma contínua, com a próxima temporada sendo entregue como uma expansão premium. A mudança promete alterar não apenas o ritmo de lançamentos, mas o próprio modo como os jogadores consomem a franquia.

Com o anúncio oficial, a empresa deixa claro que o F1 25 será a base viva da franquia por mais de um ano, servindo como plataforma para a temporada 2026. Em vez de lançar um jogo novo, a EA entregará o conteúdo do próximo campeonato mundial por meio de uma DLC paga e substancial, substituindo por completo o tradicional F1 26. Tudo aquilo que, historicamente, justificava um jogo novo (mudanças gráficas, regulamentos atualizados, elenco revisado, carros com novas pinturas e ajustes técnicos) agora será adicionado ao F1 25 como uma atualização premium expansiva.

O pacote de mudanças para a temporada 2026 incluirá:

• mudanças oficiais nos regulamentos da FIA

• revisões gráficas da engine

• pinturas atualizadas das equipes ajustes do grid, pilotos, estatísticas e performances

• refinamentos mecânicos e comportamentais com base na temporada real

Ou seja: o conteúdo é o mesmo, mas entrega e preço mudam. A EA quer transformar o jogo em um hub esportivo vivo, um formato que antes parecia impossível dentro do catálogo da empresa. A EA também esclareceu como será o novo ciclo de lançamentos:

• 2025 — F1 25 (jogo base)

• 2026 — Temporada entregue via DLC premium

• 2027 — F1 27 (novo jogo completo)

Esse espaçamento cria um ciclo de três anos com um jogo de transição no meio, seguindo um modelo mais sustentável e próximo do que vemos em títulos como Rainbow Six Siege, Destiny 2 ou esportivos que adotaram platform-lifecycle, como eFootball (apesar das polêmicas).

O objetivo é claro: mais tempo de desenvolvimento, mais inovação, menos “novo jogo com cara de patch anual”.

F1 27: a promessa de um salto técnico real

Após a expansão de 2026, a EA promete uma reformulação profunda para 2027. De acordo com a empresa, o F1 27 será “completamente diferente do que estamos acostumados”. A frase é forte e indica mudanças estruturais no gameplay, novos sistemas de simulação, uma engine mais moderna e uma abordagem mais ambiciosa para o modo carreira e para os modos online. Essa promessa só é viável porque o modelo anual está sendo abandonado, um desenvolvimento de 12 meses simplesmente não permitiria essa transformação. Essa mudança não ocorre isoladamente, ela segue uma tendência global. Nos últimos anos, diversos estúdios perceberam que ciclos anuais geram desgaste, reciclamento excessivo e dificuldade em produzir inovações reais.

Além disso, o público está cada vez mais crítico em relação a jogos “iguais ao do ano passado”. Com o novo modelo: os desenvolvedores ganham tempo os jogadores ganham conteúdo mais significativo a empresa reduz desgaste de marca e ainda mantém fluxo de receita com DLCs entre lançamentos É um meio-termo estratégico que mantém o ecossistema sempre ativo, mas sem exigir a compra de um jogo totalmente novo todos os anos. Por outro lado, a temporada 2026 será paga como DLC, algo que pode gerar discussões sobre preço vs conteúdo. No entanto, é provável que custe menos que um jogo completo, o que já representa uma mudança bem-vinda para quem sempre reclamou do custo anual da franquia.


A transformação da série F1 em uma plataforma contínua marca um ponto de virada histórico para a EA, que finalmente segue tendências modernas do mercado e rompe com um modelo anual que já estava desgastado. Se executado corretamente, o novo formato pode tornar a franquia mais inovadora, mais viva e mais alinhada às expectativas do público atual. E, principalmente, pode colocar fim à sensação constante de “patch vendido como jogo novo”. Se o F1 27 cumprir a promessa de ser uma revolução, a mudança terá valido a pena.

Fonte: Electronic Arts