Com indies no topo e jogos externos liderando, lista do Metacritic escancara um ano atípico para a Sony no PS5
À medida que 2025 chega ao fim, os rankings definitivos da crítica começam a pintar o retrato de um ano singular — especialmente para quem joga no PlayStation 5. Segundo o agregador Metacritic, que compila centenas de avaliações profissionais para calcular médias de nota, os 20 jogos mais bem avaliados no PS5 em 2025 revelam tendências claras: a força dos desenvolvedores independentes, a influência de empresas como Microsoft no catálogo da Sony e um momento de transição para os estúdios internos da PlayStation.
Sony fora do pódio: o que isso significa
Uma das grandes notícias é inevitável: nenhum jogo produzido diretamente pelos estúdios internos da Sony Interactive Entertainment aparece entre os 10 primeiros colocados da lista. Tradicionalmente, franquias como Uncharted, Spider-Man ou God of War seriam presença garantida nos pódios anuais, mas em 2025 isso não aconteceu.
O título “best-in-class” sob o guarda-chuva Sony é Death Stranding 2: On the Beach, que aparece apenas na 7ª posição, e mesmo assim não é considerado first-party, já que foi desenvolvido pela Kojima Productions, um estúdio independente.
O único jogo de um estúdio internamente ligado à PlayStation que chegou ao Top 20 foi Ghost of Yotei, da Sucker Punch (internamente afiliada, mas distinta da Sony tradicional), que figura em 19º lugar com nota 86.
Esse panorama indica um ano em que as grandes promessas da PlayStation, pelo menos segundo a crítica agregada — ficaram abaixo do brilho de concorrentes externos, indies e até ports de outros ecossistemas.
O Top 20 completo (Metacritic, 2025 – PS5)

Metacritic avaliou mais de 20 títulos que receberam pelo menos sete análises profissionais, e esta é a lista consolidada dos 20 melhores jogos para PS5 em 2025, ordenada pelo Metascore:
1º lugar – Clair Obscur: Expedition 33 (92)
A grande revelação de 2025. A nova IP conquistou a crítica com narrativa ambiciosa, identidade visual marcante e um sistema de combate que equilibra estratégia e emoção.
2º lugar – Hollow Knight: Silksong (92)
Após uma longa espera, a sequência entregou refinamento absoluto, expandindo o universo da franquia com novos desafios e um level design exemplar.
3º lugar – Forza Horizon 5 (92)
Mesmo não sendo um lançamento original do ano, o título voltou aos holofotes e manteve seu status como um dos jogos de corrida mais completos da indústria.
4º lugar – Split Fiction (91)
Uma das experiências mais criativas do ano, combinando narrativa forte, mecânicas cooperativas inteligentes e uma execução extremamente coesa.
5º lugar – Citizen Sleeper 2: Starward Vector (90)
O RPG narrativo aprofundou escolhas morais e relações humanas, consolidando a série como referência em storytelling interativo.
6º lugar – Dispatch (89)
Título que chamou atenção pela proposta ousada e foco em decisões sob pressão, oferecendo uma experiência intensa e bem escrita.
7º lugar – Death Stranding 2: On the Beach (89)
Hideo Kojima retorna com uma obra autoral, ambiciosa e provocativa, dividindo opiniões, mas mantendo forte reconhecimento crítico.
8º lugar – Monster Hunter Wilds (88)
A Capcom expandiu a fórmula da franquia com novos ecossistemas, criaturas inéditas e maior liberdade de exploração.
9º lugar – Trails in the Sky: 1st Chapter (88)
O clássico JRPG voltou em uma versão refinada, preservando sua narrativa densa e conquistando uma nova geração de jogadores.
10º lugar – BALL x PIT (88)
Surpresa indie do ano, misturando ação arcade, ideias criativas e ritmo acelerado em uma experiência compacta e viciante.
11º lugar – Sektori (88)
Produção independente que se destacou pela atmosfera única e pelo design inteligente de seus sistemas.
12º lugar – Sword of the Sea (88)
Aventura contemplativa que aposta em fluidez, trilha sonora e emoção como pilares centrais da experiência.
13º lugar – Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles (88)
O retorno de um clássico absoluto, respeitando o legado original e atualizando a experiência para os padrões modernos.
14º lugar – Indiana Jones and the Great Circle (88)
A franquia ganhou uma adaptação sólida, com foco em exploração, narrativa cinematográfica e respeito ao personagem.
15º lugar – Kingdom Come: Deliverance 2 (88)
A sequência aprofundou ainda mais o realismo e a complexidade do RPG medieval, mantendo sua identidade única.
16º lugar – Shinobi: Art of Vengeance (87)
O retorno da clássica franquia trouxe ação estilizada, desafio preciso e um visual marcante.
17º lugar – Absolum (87)
Título autoral que conquistou espaço pela abordagem narrativa diferenciada e estética singular.
18º lugar – Lumines Arise (87)
O clássico puzzle musical voltou renovado, mantendo seu apelo hipnótico e refinado.
19º lugar – Ghost of Yotei (86)
Apesar de competente, o jogo ficou abaixo das expectativas mais altas, mas ainda garantiu presença no Top 20 do ano.
20º lugar – Silent Hill f (86)
A franquia apostou em um novo caminho narrativo e estético, dividindo opiniões, mas mantendo forte impacto crítico.
Os fenômenos do ano

1. Clair Obscur: Expedition 33
No topo aparece Clair Obscur: Expedition 33, uma nova IP que dominou a crítica com uma nota de 92. Combinando elementos de RPG táticos, narrativa densa e estética própria, o jogo também foi reconhecido no Game Awards como Jogo do Ano, mesmo em meio a alguma polêmica envolvendo inteligência artificial.
2. Hollow Knight: Silksong
Outro gigante independente, Silksong encerra anos de espera e entrega uma experiência que muitos consideraram digna de rivalizar com clássicos do gênero Metroidvania. Metascore de 92 confirma: Team Cherry não decepcionou.
3. Forza Horizon 5
Curiosamente, Forza Horizon 5, um jogo originalmente exclusivo de Xbox, conquistou a comunidade PlayStation após seu port para PS5. Com 92 no Metacritic, ele provou que um título fora da tradição PlayStation também pode dominar na plataforma, deixando claro um ano em que fronteiras entre consoles tornaram-se menos rígidas.
Diversidade nos estilos e gêneros
O Top 20 mistura gêneros e abordagens que vão de:
RPGs táticos e narrativa profunda (Citizen Sleeper 2, Final Fantasy Tactics). Aventura cooperativa e inovação em gameplay (Split Fiction). Experiências AA e indies que brilham pela criatividade (Sektori, BALL x PIT). Franquias veteranas com retornos sólidos (Monster Hunter Wilds, Trails in the Sky).
Essa variedade confirma que 2025 foi um ano de picos criativos em nichos e segmentos diversos, não apenas dominado pelos blockbusters tradicionais.
O futuro dos first-party da PlayStation
Nem tudo é drama para a Sony. Apesar da ausência no topo, há motivos para otimismo com o que está por vir em 2026:
Saros, o novo projeto do Housemarque (responsável por Returnal), pode ser um candidato forte se manter o nível de qualidade alto. Marvel’s Wolverine da Insomniac Studios, com o pedigree de Spider-Man e críticas já positivas antecipadas, figura como promessa de reconquista.
O ranking Metacritic de 2025 para PS5 mostra um ano vibrante e surpreendente, marcado pela ascensão de novos nomes, pela potência dos indies e pela evidência de que plataformas abertas e ports conseguem impactar tanto quanto os “blockbusters” clássicos. É uma ode à diversidade criativa e um lembrete de que, em videogames, inovação muitas vezes fala mais alto que pura tradição.
Fonte: Metacritic
