Ex-executivo da Sony critica jogos excessivamente longos e afirma que o modelo atual de grandes produções não é sustentável
O ex-executivo da PlayStation Shawn Layden voltou a provocar debate na indústria ao criticar a atual direção dos jogos AAA, marcada por orçamentos gigantescos e experiências que exigem dezenas de horas para ser concluídas.
Layden, que ocupou diversos cargos de liderança na Sony antes de deixar a empresa, alerta que o modelo atual de desenvolvimento pode estar se tornando insustentável, tanto para os estúdios quanto para os jogadores. Em entrevistas recentes, ele comparou o estado dos grandes jogos com construções grandiosas como catedrais, que consomem tempo, dinheiro e esforços de forma quase ilimitada.
Menos épico, mais focado
Segundo Layden, os jogos modernos exigem cada vez mais tempo dos jogadores, com muitos títulos ultrapassando facilmente 80 ou 100 horas de conteúdo principal e secundário. Ele questiona se essa abordagem realmente respeita a vida das pessoas, especialmente à medida que a média de idade dos jogadores sobe e menos tempo livre está disponível.
Ele apontou que nem todos podem reservar 88 horas para terminar um jogo como Red Dead Redemption 2, e confessou que ele mesmo nunca chegou a começar esse tipo de aventura por falta de tempo.
Uma proposta de mudança
Para Layden, o caminho para um futuro mais saudável na indústria passa por projetos mais compactos e com orçamentos mais modestos. Ele sugere que experiências em torno de 20 a 25 horas poderiam ser mais acessíveis e satisfatórias, além de permitir ciclos de desenvolvimento mais curtos — assim, jogos chegariam aos consumidores com mais frequência e menor risco financeiro para os estúdios.
Essa mudança, na visão dele, pode ajudar tanto os criadores quanto os jogadores: os primeiros teriam mais liberdade criativa sem pressionar orçamentos astronômicos, e os segundos seriam recompensados com experiências mais focadas e menos exigentes em termos de tempo.
Layden não descarta totalmente os jogos de grande escala, mas acredita que a indústria precisa encontrar um equilíbrio entre épicos expansivos e experiências mais enxutas que respeitem a realidade do público de hoje.
Fonte: Character Select / GameRant
