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Vídeo relembra a jornada turbulenta do RPG e transforma memórias, fracassos e vitórias em uma homenagem ao legado da obra
Cinco anos depois de um dos lançamentos mais comentados (e controversos) da indústria, Cyberpunk 2077 ganhou um trailer comemorativo que deixa claro o quanto o jogo mudou, amadureceu e, sobretudo, sobreviveu. A CD Projekt RED apostou em um tom introspectivo e afetivo, revisitando momentos que marcaram tanto a narrativa quanto a relação da comunidade com o RPG desde 2020. A abertura, debaixo de chuva e luzes de neon no Afterlife, já define o clima. V surge sozinha no bar que se tornou o epicentro simbólico de Night City, narrando em voz baixa enquanto a câmera percorre o ambiente. A transição corta abruptamente para V flutuando no espaço após saltar de uma nave, observada de longe por Johnny Silverhand enquanto um foguete rasga os céus. É uma mistura clara de despedida, admiração e saudade.
Personagens que deixaram cicatrizes e memórias
O trailer não economiza em momentos íntimos. Nos Badlands, V aparece ao lado de Panam segurando o colar de bala, um objeto que virou símbolo de tudo o que ela perdeu e aprendeu a carregar. O vento arranca o colar de suas mãos como se levasse junto parte do passado. A expansão Phantom Liberty também ganha destaque, com Reed e Songbird caminhando juntos rumo ao Afterlife e dividindo um aceno silencioso, uma síntese discreta, mas poderosa, da relação complicada entre os dois e da maneira como suas histórias colidem com a de V. Em contraste, o vídeo mostra flashes de dor: V cambaleando diante dos portões de Dogtown enquanto falhas vermelhas dominam sua visão; Songbird se contorcendo no centro do Cynosure enquanto cabos se projetam por suas costas. Os cortes rápidos reforçam a sensação de memórias fragmentadas, como alguém revisitando momentos traumáticos.
A montagem retorna à cidade para enfatizar o ambiente frenético que sempre definiu Cyberpunk 2077. Protestos surgem nas ruas, fumaça vermelha envolve multidões, forças armadas empurram a linha do confronto enquanto a câmera registra o caos urbano. Personagens marcantes reaparecem como figuras desse mosaico: Kurt Hansen caminhando com sua postura imponente por Dogtown; Dum Dum celebrando com a energia caótica que o tornou um ícone inesperado; Kerry Eurodyne tocando sua guitarra enquanto o passado de Johnny ecoa; uma dançarina iluminada pelos holofotes ao fundo, lembrando que Night City nunca deixa de ser um espetáculo: cruel, brilhante e inesquecível.
O trailer funciona como uma carta aberta da CD Projekt RED aos jogadores: um reconhecimento da jornada cheia de erros, consertos e redenções. Em vez de esconder o que deu errado, o estúdio abraça a memória completa do jogo, do colapso inicial ao renascimento após Phantom Liberty e a atualização 2.0. Cinco anos depois, Cyberpunk 2077 finalmente se parece com aquilo que os trailers originais prometiam: uma experiência densa, cheia de personalidade e emoção. E, agora, ganha um trailer que celebra não só o jogo, mas o caminho turbulento que o transformou no ícone que é hoje.