Tencent suspende promoções de Light of Motiram após acusação de plágio da franquia Horizon

Tencent suspende promoções de Light of Motiram após acusação de plágio da franquia Horizon

Uma disputa judicial que coloca em xeque os limites entre inspiração e cópia dentro do mercado AAA


A Tencent foi forçada a colocar o pé no freio. Todas as promoções, trailers e testes de Light of Motiram estão oficialmente suspensos após a Sony processar a empresa alegando que o jogo é um clone evidente de Horizon. A decisão não foi voluntária; é consequência direta da pressão judicial instaurada nos últimos meses. O estúdio responsável, Polaris Quest, ficou no centro do furacão após a Sony afirmar que o novo game reproduz com detalhes excessivamente familiares elementos considerados assinatura de Horizon. Segundo a denúncia, Light of Motiram apresenta criaturas mecânicas inspiradas em animais, composições de cenário e até a dinâmica central de exploração que remete quase um a um ao que já existe em Horizon Zero Dawn e Forbidden West. O ponto da Sony é simples: não se trata de coincidência criativa, mas de apropriação explícita.

A defesa agressiva da Tencent e a batalha pela interpretação legal de “inspiração”

A Tencent contra-atacou adotando um discurso direto, alegando que a Sony tenta monopolizar símbolos narrativos e estéticos que não pertencem a ninguém. A empresa argumenta que a rival quer transformar temas de ficção científica, presentes há décadas na cultura pop, em propriedade exclusiva. Mais do que isso, a Tencent sustenta que reconhecimento de marca não equivale automaticamente a direitos autorais sobre todo um conceito. Essa é a raiz do embate: até onde vai o direito de proteger uma identidade criativa e onde começa o território comum no qual qualquer estúdio pode se inspirar?

Os documentos judiciais mais recentes mostram que, além de suspender promoções, a Tencent concordou que o jogo não poderá ser lançado antes do último trimestre de 2027. Essa data não foi escolhida aleatoriamente; ela responde diretamente à solicitação da Sony de impedir a distribuição de qualquer conteúdo que possa ser considerado derivado de Horizon enquanto o caso está em análise. A liminar preliminar busca travar tudo: reprodução, exibição, distribuição ou criação de versões alternativas do suposto material copiado. Para a Tencent, isso significa engavetar temporariamente qualquer plano de marketing e desenvolvimento visível, mesmo que o estúdio discorde totalmente das acusações.

As próximas etapas do processo e o que esperar dos desdobramentos

A Tencent precisa apresentar sua defesa formal à liminar até 17 de dezembro de 2025. Depois disso, a Sony terá até 2 de janeiro de 2026 para contra-argumentar. A audiência decisiva está marcada para 29 de janeiro do mesmo ano, onde o tribunal analisará o mérito das duas moções. Essa linha do tempo deixa claro que o caso está longe de terminar. Os próximos meses vão definir se Light of Motiram tem futuro ou se o projeto será refeito do zero para evitar o risco de violação de direitos autorais.

Esse embate importa por um motivo maior: serve como termômetro para medir até onde vai a tolerância legal para jogos que “se inspiram demais” em outros. A decisão pode impactar não apenas a Tencent, mas qualquer estúdio que trabalhe com gêneros saturados e visualmente reconhecíveis. Enquanto o tribunal não decide, o futuro de Light of Motiram fica congelado. Sem trailers, sem testes, sem presença em eventos, e com um cronograma de lançamento empurrado para além de 2027, o jogo se transforma de aposta ambiciosa em alvo de uma disputa que promete ecoar por toda a indústria.