Nova protagonista, foco em vulnerabilidade e filosofia de terror renovada reforçam a aposta da Capcom em resgatar o clima dos primeiros títulos
Resident Evil Requiem foi apresentado ao público durante uma demo exclusiva na Gamescom 2025 e deixou claro que a Capcom está comprometida em entregar o capítulo mais assustador de toda a franquia. Após anos investindo em abordagens mais próximas da ação, especialmente em Resident Evil 4 Remake e Resident Evil Village, o estúdio japonês decidiu retornar à essência que consagrou a série em seus anos iniciais: o survival horror em sua forma mais tradicional. Durante entrevista à Press Start, o produtor Masato Kumazawa comentou abertamente sobre a nova direção criativa. Segundo ele, a equipe revisitou o feedback do público e entendeu que os fãs desejavam um jogo mais focado em medo e vulnerabilidade.
“Entendemos como Resident Evil 4 e Village se tornaram mais focados em ação. Analisando os feedbacks, compreendemos que os fãs preferem mais horror”, afirmou.
Kumazawa também revelou que Requiem já estava em desenvolvimento antes mesmo da produção de Village, mostrando que o estúdio já trabalhava há anos em resgatar a identidade mais sombria da série. Em Resident Evil Requiem, os jogadores assumem o papel de Grace Ashcroft, uma analista técnica do FBI. Diferente dos protagonistas icônicos da franquia, Grace não possui treinamento militar, experiência em combate ou habilidades extraordinárias. Sua falta de preparo transforma a sobrevivência em um desafio constante, incentivando fuga, furtividade e decisões cuidadosas em vez de confronto direto. A proposta reforça a sensação permanente de ameaça, tornando cada encontro mais tenso e imprevisível, alinhada ao estilo clássico dos primeiros capítulos da série.
Kumazawa aprofundou a filosofia de design que orienta o novo jogo. Para ele, sustos constantes tornam-se previsíveis. A abordagem adotada por Requiem envolve construir tensão e soltar o horror em momentos planejados, usando outros elementos para tornar o impacto maior.
“Decidimos garantir que o jogo seja assustador até o final. Mas para ser mais específico, não se trata de assustar as pessoas o tempo todo, mas usar elementos não-horror para potencializar os momentos de terror”, explicou. “Por exemplo, ao introduzir um momento de ação, você faz com que o jogador relaxe e deixe de pensar no horror. Isso torna o próximo susto muito mais eficaz.”
Uma demo que impressionou pela intensidade
A demonstração exibida na Gamescom deixou a filosofia clara na prática. Em aproximadamente 30 minutos de gameplay, jornalistas e convidados descreveram sequências de pânico real, incluindo cenas em que a protagonista precisava se esconder debaixo de móveis enquanto criaturas grotescas vasculhavam o ambiente em sua procura. O foco em medo constante e vulnerabilidade física definiu a experiência, reforçando a identidade que o jogo pretende recuperar. Kumazawa também destacou o envolvimento pessoal com o retorno dos fãs. Segundo ele, ler comentários e acompanhar críticas é parte fundamental do processo.
“Eu pessoalmente tento ler todos os comentários nas redes sociais”, comentou, em tom descontraído. “Por favor, compartilhem suas opiniões. Minha saúde mental é muito forte, estou bem para ler os comentários.”
Resident Evil Requiem será lançado em 27 de fevereiro de 2026 para PC, PS5, Xbox Series e Switch 2, incluindo dublagem completa em português. A Capcom prepara uma apresentação especial para o início do próximo ano, que pode finalmente esclarecer rumores persistentes sobre a participação de Leon na trama.
